Os funcionários da Procempa, estatal municipal de processamento de dados de Porto Alegre, entraram em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira, 20.
É a segunda paralisação na companhia recentemente. A última aconteceu em novembro do ano passado.
O sindicato pede reajuste salarial e dos benefícios de 4,08%, que teria ficado pendente da campanha salarial do ano passado, e mais as perdas salariais de 2,76% deste ano.
Em meio a problemas financeiros, a proposta da prefeitura de Porto Alegre não quer dar reajuste em 2018.
De acordo com o Sindppd-RS, a prefeitura ainda trocou o plano de saúde privado da companhia, adotando um “de qualidade bastante inferior e que só atende e mal em Porto Alegre”.
O Sindppd-RS não chega a mencionar o tema, mas o início da greve na Procempa coincide com uma mobilização mais ampla do funcionalismo público de Porto Alegre em geral, que entrou em greve por um dia na segunda-feira, 18.
O protesto dos servidores é contra parte do pacote de medidas enviado pela prefeitura ao Legislativo, que altera o plano de carreira dos servidores.
Como os vereadores deixaram para votar essa parte mais tarde, a greve foi desconvocada.
Os projetos ainda não têm data para apreciação. Segundo o presidente do Legislativo, Valter Nagelstein, é provável que sejam votados a partir de agosto, depois do recesso.
Ao todo, foram enviados 16 projetos à Câmara, sendo que quatro são referentes aos servidores. Uma das medidas prevê a redução das revisões automáticas da folha de pagamento, que reajusta o valor em 5% a cada três anos. A proposta da prefeitura é baixar esse percentual para 3%.
A prefeitura quer ainda acabar com valores adicionais por tempo de serviço. Após 25 anos de trabalho, o servidor municipal recebe reajustes que podem chegar a 25% do salário.
Além disso, as propostas preveem o fim das gratificações, alteração no regime especial de trabalho e nas regras de aposentadoria.
\"A despesa com pessoal cresce R$ 90 milhões ao ano sem que o Executivo, sem que a gente tenha um servidor novo, sem que tenha uma hora extra a mais, sem que tenha um serviço novo prestado ao cidadão\", afirmou recentemente o prefeito Nelson Marchezan (PSDB).
Marchezan tem feito repetidos comentários sobre a necessidade de mudanças drásticas na Procempa, uma companhia que na opinião do prefeito está inchada e custa caro para o contribuinte.
De acordo com o Sindppd-RS, a Procempa tem 350 funcionários e é responsável pelos sistemas da área da saúde e de arrecadação da Secretaria da Fazenda; por manter os serviços de email e sites das secretarias, autarquias e demais órgãos da prefeitura, bem como das escolas da rede municipal de educação.
É a segunda paralisação na companhia recentemente. A última aconteceu em novembro do ano passado.