A Atos acaba de nomear dois co-CEOs, no que é uma preparação para uma eventual divisão da companhia em dois negócios independentes.
De um lado ficaria a área de segurança, digital e big data, em um negócio chamado SpinCo, com receitas de € 4,9 bilhões em 2021, quase a metade do total.
Do outro, ficariam os negócios tradicionais de outsourcing e integração de TI da Atos.
A novidade vem depois da saída de Rodolphe Belmer, que foi nomeado CEO apenas cinco meses atrás. De acordo com a nota da Atos, Belmer deixou a empresa porque a reorganização diminui o papel atual do CEO.
Em nota, a Atos fala que está “estudando” a divisão, mas com dois CEOs já nomeados, parece que a coisa deve ir mesmo para frente.
Uma das maiores empresas de tecnologia da França, a Atos está passando por um período turbulento, de redefinição do modelo de negócios.
Ainda em fevereiro, em um alerta para investidores sobre uma nova previsão de redução de receitas, a empresa afirmou que vai começar a diminuir seu foco em “serviços de infraestrutura clássicos” e comunicações unificadas, e apostar mais em computação na nuvem.
Na ocasião, a Atos disse que as estimativas de vendas para o ano de 2022 caíram 2,6%, ficando em US$ 12,3 bilhões.
As medidas colocam a Atos dentro do clube das grandes empresas de TI em busca de um lugar ao sol no ecossistema de tecnologia atual.
Outros integrantes são a Kyndryl, spin off da unidade de gerenciamento de infraestrutura da IBM, a Global Technology Services, anunciada no ano passado.
Também está no clube a DXC Technology, companhia formada ainda em 2017 pela fusão das operações de serviços de tecnologia da HPE (ela mesma um spin off da HP) com a americana CSC.
O cenário está em movimentação. Ainda em janeiro, a Atos ofereceu US$ 10,1 bilhões para adquirir a DXC, mas o negócio não foi adiante.
Cibersegurança para o lado, o resto para o outro. Companhia está em crise.