Nos últimos anos, o Brasil ganhou várias e importantes posições no mercado internacional da carne. Paulatinamente, a pecuária de corte nacional teve reconhecida a qualidade de seu produto. Além do inegável avanço verificado nos cuidados com a produção, incluindo as matrizes genéticas dos rebanhos, alimentação, eliminação de doenças e controle de qualidade, a rastreabilidade constituiu-se em item fundamental ao incremento das exportações, pois permite o atendimento às exigências legais das economias das nações desenvolvidas e contribuem para consolidar a confiança dos importadores.Manter essas conquistas é fundamental para o Brasil, considerando ser a agropecuária responsável por cerca de 33% do PIB, 42% das exportações totais e 37% dos empregos gerados no País. As estatísticas revelam que o PIB do setor chegou a US$ 180,2 bilhões em 2004, montante cerca de 9% superior ao alcançado em 2003. Estes resultados, aliados ao crescimento constante das vendas externas do setor nos últimos dez anos, levaram a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) a prever que o Brasil deverá ser o maior produtor agrícola na próxima década. Segundo a Fundação Seade – Sistema Estadual de Análise de Dados, as exportações do agribusiness paulista renderam US$ 6,2 bilhões e 30% das vendas totais do estado ao exterior, números que ratificam o significado da produção rural.No sentido de manter e ampliar os espaços conquistados no mercado internacional da carne, o Brasil precisa, cada vez mais, atender aos requisitos quanto à garantia da segurança alimentar e da rastreabilidade. Felizmente, nossos exportadores têm-se adequado para identificar seus produtos e unidades logísticas, em especial nas operações de venda ao mercado Europeu. E, justamente com o objetivo de estabelecer um sistema eficaz para a identificação da origem e o acompanhamento de toda a trajetória dos produtos e derivados dentro da cadeia de suprimentos específica, a GS1 Brasil, entidade multissetorial, sem fins lucrativos, coordena o Grupo de Trabalho para Automação, Rastreabilidade e Padronização Comercial da Carne.Devido à Regulamentação EC 178/02, que entrou em vigor em janeiro deste ano e exige a identificação da origem e do destino dos produtos alimentícios para garantir sua rastreabilidade, a GS1 Brasil tem assessorado as empresas exportadoras na estruturação das informações necessárias para que utilizem a simbologia UCC/EAN-128. Além de produzir o material de apoio, que é o "Guia de Codificação e Rastreabilidade da Carne no Varejo", a entidade desenvolve outras tarefas, como assessoria técnica relativa à confecção dos modelos de etiquetas, análise das amostras e emissão de seus laudos técnicos.Na etiqueta logística UCC/EAN-128, constam as informações adicionais que possibilitam a rastreabilidade dos produtos, como lote, peso, data de validade, SIF do processador e país de processamento. É este registro que resguarda os pecuaristas e frigoríficos em caso de contaminação ou eventuais danos ocorridos na produção, dando-lhes a capacidade de localizar os itens com problemas, atuar com foco mais preciso e garantir a entrega de produtos com certificado de qualidade e origem.
*Roberto Matsubayashi é gerente de Soluções de Negócios da GS1 Brasil.
Nos últimos anos, o Brasil ganhou várias e importantes posições no mercado internacional da carne. Paulatinamente, a pecuária de corte nacional teve reconhecida a qualidade de seu produto.