O que se pode fazer, para as empresas de tecnologia do Rio Grande do Sul conquistem parte destes 23 bilhões de dólares na contratação de serviços para o exterior que, a cada ano, recebem um incremento de 4 bilhões de dólares? Será que as nossas empresas não conseguem enxergar esta “fatia” de mercado? Estas sempre lamentam pelo sufoco financeiro que se encontram e como se diz no popular “correndo atrás da máquina”. Ou ainda, talvez esteja faltando um amadurecimento dos empresários locais, pois para sermos fortes precisamos nos unir, criando uma marca forte fora de nossas fronteiras. E quando se fala em união de empresas no RS, isso ainda não soa muito bem nos ouvidos dos empresários.
Acredito que está faltando atitude por parte dos empresários gaúchos. Vejam bem, o Brasil, com ou sem o Rio Grande do Sul, vai se tornar até 2010 um dos maiores exportadores de serviços em TI, sendo que, novamente, ficaremos assistindo as empresas do setor do centro do País levarem as maiores oportunidades e nós simplesmente formando mão-de-obra muito boa e barata para atender à estas empresas de fora do Estado.
O Governo Federal mantem sua política de fomento para o mercado de TI no Brasil. Aquelas conversas de que não existe dinheiro para realizar estes negócios parecem ter acabado. O programa PROSOFT, do BNDES, distribui a soma de 200 milhões de reais para o financiamento do setor de software no Brasil. Fora isso, o Governo está estudando uma política fiscal subsidiada especifica para o setor exportador de software no Brasil.
No Rio Grande do Sul, o que se exportou em serviços de TI no ano de 2005? Acredito que até tenha exportado alguma coisa, mas são casos isolados e insignificantes no cenário nacional de exportação de serviços em TI.
Acredito que precisamos levantar um movimento de empresas locais e definir qual o nosso modelo de exportação de serviços em TI. Também é necessário criar uma marca para o mercado externo, o que mostra amadurecimento empresarial nas parcerias feitas e competência técnica que, com certeza, estão no nosso “DNA”. Se não fizermos isso, o “cavalo vai passar encilhado” e não vamos saber como montá-lo!
Paulo Rocha é diretor do Seprorgs