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Os Efeitos da Simplicidade
Por mauricio.steinbruch@cryo.com.br
Criado em 02/04/2008 - 00:00
A adaptação das pessoas às empresas que estão inseridas é um fator fundamental para a obtenção de resultados positivos. O tempo que lhes é concedido, entretanto, é cada vez menor, dado o dinamismo do mercado e a necessidade de rápidas mudanças de desempenho. Quando um executivo é contratado, por exemplo, para aumentar os lucros de uma organização, se não demonstrar que pode fazê-lo em pouco tempo, sua capacidade certamente será posta em dúvida.
No “Guia do Novo Líder para o Diagnóstico da Empresa”, da edição de fevereiro de 2008 da revista Harvard Business Review, a seguinte pergunta é levantada: “Ao chegar à empresa, como preparar o terreno para um avanço dramático no desempenho?”. Os autores Mark Gottfredson, Steve Schaubert e Hernan Saenz propõem um modelo baseado em quatro princípios: Custos e preços sempre caem; Posição competitiva da empresa determina suas opções; Clientes e profit pools mudam; Simplicidade traz resultados;
O primeiro princípio trata sobre a relação existente entre o aumento de experiência com a redução de custos, descontada a inflação. Propõe que se analise a redução dos preços do mercado comparando-se com a redução dos preços da empresa. O segundo princípio aborda a importância da determinação do posicionamento da empresa, comparando retornos e participação de mercado com concorrentes. Já o terceiro, caracteriza a adequação da empresa às necessidades dos clientes, dado que o mercado sofre mudanças a toda hora. O quarto e último princípio (sobre o qual discutiremos mais a seguir), refere-se a relação existente entre o aumento da complexidade dos processos de uma empresa e o aumento de seus custos.
Como cita o artigo da Harvard Business Review, muitas vezes, as empresas menos complexas crescem a nivel superior às organizações com níveis médios de complexidade (30% a 50% a mais) e alto nível de complexidade (80% a 100%). Isso revela a importância da simplicidade nos resultados de uma empresa. O modelo desenvolvido pelos autores já citados anteriormente propõe três atitudes: medir a complexidade dos produtos ou serviços da empresa, avaliar a complexidade desta organização e descobrir onde é possível simplificar processos.
A complexidade pode ser extremamente prejudicial à empresa. Em um processo de tomada de decisão, por exemplo, pode gerar lerdeza, enquanto um concorrente pode estar tomando decisões com maior rapidez. Para não ficar para trás em relação a seus concorrentes, é fundamental que busque maneiras de tornar-se mais simples. A participação de fornecedores, distribuidores e clientes é, também, de grande importância para a simplificação de processos, uma vez que têm uma visão externa da empresa e são diretamente afetados por ela. Deve haver uma busca contínua de oportunidades para que se encontre onde, dentro da organização, “a complexidade é evitável” (Gottfredson, Schaubert e Saenz), ou seja, onde processos podem ser simplificados.
É importante que conheçamos nossos processos, a fim de encontrarmos oportunidades de melhorá-lo e de termos um controle eficáz sobre ele. Quanto mais simples ele for, mais fácil será o seu entendimento, o seu controle e a sua execução, obviamente. Estudando nossos processos, reduziremos custos, erros e retrabalho, além de fornecer um serviço mais qualificado aos clientes.
Mauricio Steinbruch é analista de processos da Cryo
Olho:
A adaptação das pessoas às empresas que estão inseridas é um fator fundamental para a obtenção de resultados positivos. O tempo que lhes é concedido, entretanto, é cada vez menor, dado o dinamismo do mercado e a necessidade de rápidas mudanças de desempenho. Quando um executivo é contratado, por exemplo, para aumentar os lucros de uma organização, se não demonstrar que pode fazê-lo em pouco tempo, sua capacidade certamente será posta em dúvida.