a gestão de recursos humanos em TI no momento em que o mercado está mais propenso às contratações do que à formação de mão-de-obra qualificada pode fazer toda a diferença em relação aos resultados finais da empresa – incluindo qualidade, rentabilidade e satisfação dos clientes.
Alguns indicadores apontam que o desequilíbrio entre a oferta e a demanda de recursos humanos tende a se manter por algum tempo. O maior entrave é a educação. Em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, o professor de relações de trabalho da Universidade de São Paulo, José Pastore, aponta que enquanto as estimativas dão conta de que o setor nacional de TI terá necessidade de contratar 320 mil profissionais até 2011, nossas faculdades formarão apenas 170 mil pessoas.
Este é um quadro que desafia as empresas do segmento. Mesmo com a desoneração recentemente aprovada de 50% da contribuição do INSS, as companhias são obrigadas a enfrentar de um lado a inflação salarial e, de outro, os custos de formação interna de profissionais de nível Junior – principalmente aqueles que, tendo crescido entre computadores, apontam tal familiaridade com TI que mesmo antes de entrarem na área assumem o papel de guru técnico informal entre os amigos.
Entretanto, a qualificação é um processo custoso, em todos os sentidos. Principalmente porque o desenvolvimento de habilidades específicas, por meio da formação técnica, não é a única exigência quando estamos falando de serviços – seja de tecnologia ou de outra área qualquer. Especificamente no caso de TI, o domínio da língua inglesa é fundamental. Além disso, habilidades comportamentais, como comunicação e relacionamento interpessoal, capacidade de resolução de problemas, liderança e outras também são exigidas.
Estas necessidades fazem com que a gestão de recursos humanos em TI assuma papel prioritário. Embora exista o mito disseminado de ser a TI um segmento “jovem”, equipes formadas preponderantemente por profissionais juniores exigem maior atenção e dedicação do gestor. Acompanhamento e cobrança de metas, desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais são fundamentais, incluindo até mesmo administração do tempo e capacidade de comunicação oral e escrita. Afinal, no fim do processo há um cliente aguardando a finalização de seu projeto...
O gerenciamento pelo exemplo é essencial em equipes cuja média de idade mal ultrapassa os 20 anos. Levando isto em conta, a contratação de profissionais mais seniores pode ser a estratégia mais eficaz para “puxar” a equipe para um novo patamar de produtividade e nível de atendimento de serviços, equilibrando habilidades como experiência e capacidade de inovação. É uma boa estratégia para enfrentar o período de inflação de salários – e de egos – que se anuncia para os próximos anos, enquanto o país não conseguir formar adequadamente os profissionais dos quais precisa.
Diogo Morales é presidente da TMS Call Center.
a gestão de recursos humanos em TI no momento em que o mercado está mais propenso às contratações do que à formação de mão-de-obra qualificada pode fazer toda a diferença em relação aos resultados finais da empresa – incluindo qualidade, rentabilidade e satisfação dos clientes.