RS: número de profissionais em TI não supre demanda do mercado

Em palestra promovida pela Câmara Americana de Indústria e Comércio (Amcham-Poa), foi questionada qual a função de um profissional de TI e até em que ponto se conhece sua atuação. Primeiramente, é preciso destacar a diferença entre a atuação do consultor de TI, do profissional de TI.

Resguardada a importância de ambas as colocações e a sua formação em comum, o profissional de TI, assim como o consultor, deve conhecer sobre diversas áreas da tecnologia de informação e utilizar-se disso para buscar os melhores resultados, não só financeiros, mas também operacionais. Um consultor não deixa de ser um profissional de TI.

A principal diferença é que ele trabalha de forma terceirizada, sendo em serviços pontuais ou através de contrato com a empresa a qual tem vínculo. Ele não atende o usuário final, e sim, foca na resolução do problema, auxiliando o profissional de TI a tomar a decisão mais acertada para cada caso. Já o profissional de TI é funcionário da organização e está focado em solucionar os problemas do dia-a-dia dos colaboradores nas diversas aplicações.

No Rio Grande do Sul está cada vez mais difícil encontrar mão-de-obra especialista neste ramo, embora o mercado apresente grande perspectiva de crescimento. Para ser um profissional qualificado é necessário manter uma atualização constante, visto que as tecnologias evoluem de forma muito rápida.

É preciso acompanhar essa evolução com dinamismo e flexibilidade para aceitar as "novidades" do mercado. Não há uma formação específica para a profissão, muitos não possuem graduação e sim, certificações mínimas que variam de acordo com a atividade. Por exemplo, se for um consultor para atuar em Linux, ele deve ter as certificações básicas em Linux como o LPI – I e LPI – II (Linux Professional Institute – nível 1 e 2), se for para atuar em desenvolvimento, deve ter certificações Java e assim por diante.

A graduação é uma questão de currículo, um universitário recém formado mas sem experiência profissional não tem condições de assumir a função de consultor de TI. Com o tempo, qualificam-se os profissionais de acordo com as necessidades da empresa e interesses do colaborador.

A valorização do profissional é também uma prática recorrente das empresas que trabalham com consultoria. A exemplo da LM², segue-se uma linha de gestão em que se investe na satisfação profissional do colaborador. Considerando que o mercado de TI é muito competitivo, um bom salário não é mais suficiente para manter a equipe satisfeita e fiel à organização, é preciso criar um ambiente agradável que amenize a tensão da área de TI, assim como oferecer um plano de certificações e treinamentos para que o profissional sinta-se valorizado.

Com esta prática existe uma forma muito eficaz de fidelização da equipe. As expectativas em relação aos consultores estão sempre ligadas à confiança, conhecimento técnico e segurança, por ser um setor crítico e envolver dados de diversas áreas das empresas. Os gerentes de TI, ao contratar um serviço de consultoria, precisam da certeza de que esta empresa não irá se apropriar de dados sigilosos e nem prejudicar os processos já existentes em seu ambiente.

Francisco Cantarutti é coordenador da Central de Serviços da LM² Consulting