Empreendedorismo: gestão vai além da gestação

Começar um novo negócio é mais que um desafio, é dar vida a algo que povoa mentes incontroláveis e decididas a vencer. Apesar de ser um processo de gestação, nascimento e criação, ou seja, demorado e que exige dedicação extrema, muitos perseguem o sucesso pelo caminho do empreendedorismo.

Dados da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apontam que, de cada 100 brasileiros com idades que vai dos 18 aos  64 anos, cerca de 13 desenvolvem alguma atividade empreendedora, seja no comércio ou no setor de serviços. Estes números deixam o Brasil na  nona posição do ranking dos países com maior número de pessoas que abrem negócios.

Mas, se é tão difícil criar e fazer dar certo, por que esse número cresce tanto? Inovação ou necessidade? Já se pode dizer que nenhuma das duas motivações isoladas reflete-se em sucesso absoluto. Assim como é essencial apresentar ao mercado algo diferenciado, também é  importante que a necessidade em fazer o negócio esteja presente.
A vida solitária de um empresário começa no momento do embrião. A gestação é invitro, só podemos contar com nossas idéias e nossos propósitos. A autonomia de decidir como queremos que seja nosso filho, é tão libertadora quanto sufocante. A criação depende somente da cabeça do criador, que é o empreendedor. A maior motivação é interna, parte de nós mesmos. O principal fator para a aplicação e execução de um negócio é a vontade de fazer. Se hoje, com menos de 30 anos, os empresários alcançam o sucesso, é por eles mesmos.
Clientes, agentes, apoiadores são cruciais no processo de desenvolvimento, assim como o poder público, que aos poucos, atenta para esta realidade emergente  no País. Na última semana, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior  se comprometeu a analisar a proposta da criação de um comitê para discutir  políticas de incentivo ao empreendedorismo. Já era  tempo, considerando que o Brasil registrou 15 milhões de empreendimentos em atividade no último ano.
Para seguirmos os passos do sucesso não existem receitas ou fórmulas. É com motivação própria, criação apaixonada com o negócio que seja aplicável à sociedade, e a valorização do trabalho que se começa. Só continua, observando a necessidade do mercado. Só se consolida, com apoio de todos que acompanham a batalha e decidem participar como aliados que não concorrem entre si. Confiança e gosto pelo que se faz ainda são as melhores expertises.
Rafael Krug Marques é diretor da Zero-Defect Test House