Início > Artigo > Como se chega à posição de CEO?
Como se chega à posição de CEO?
Por Greg.Spierkel@ingrammicro.com
Criado em 03/02/2009 - 00:00
Frequentemente estudantes e novos funcionários me perguntam: “Como se chega à posição de CEO?”. Eu sorrio, sabendo que não há uma resposta simples. Mas eu aprendi com algumas experiências pessoais.
Mesmo estrelas do rock fazem sua lição de casa. Em 1979, quando eu tinha 22 anos, viajei pela França com alguns amigos e nós decidimos ir até Cannes durante o famoso festival de cinema. Nós estávamos olhando os fotógrafos que tiravam fotos de todos as estrelas quando notamos um cara que não tinha nada a ver com os demais. O que nos chamou a atenção não foram tanto seus longos dreadlocks, mas sim, seu macacão violeta de paraquedista. E mesmo com ele segurando uma câmera de vídeo em frente ao rosto, nós pudemos ver que era ninguém menos que Bob Marley.
Nós decidimos ir até ele. Fiquei contente de termos feito isso, porque se tornou um dos momentos mais interessantes da minha vida.
Marley ainda não tinha conseguido fama mundial e não acreditava que alguém realmente soubesse quem ele era. Na realidade, ele estava tão animado que nos chamou para tomar um café com ele. Nós caminhamos pela rua até um café na praia e sentamos por cerca de 15 minutos. Vocês podem imaginar que nós falamos sobre música, mas, na verdade, conversamos sobre o que faz de alguém uma estrela – o que faz alguém se sobressair. Marley nos disse que ele estava ali para filmar celebridades, assim ele podia estudar o filme e tentar decifrar o mistério da energia dessas estrelas.
Agora todos nós sabemos que ele resolveu aquele mistério. Eu aprendi com Bob Marley e com outros que o talento puro e as ligações certas podem só lhe levarão até o meio do caminho. O sucesso real exige engenhosidade, aprender com quem é o melhor e fazer o dever de casa.
Aceite missões e tarefas chatas. Poucos meses depois da viagem pela Europa, comecei meu primeiro trabalho fora da universidade, na Bell Canadá, a maior companhia de telecomunicações canadense. Fui escalado para desenvolver um serviço de e-mail nacional. Isso foi em 1979, nos primórdios do PC. Depois de três anos de luta para colocar o produto no mercado, me apresentei voluntariamente para liderar o esforço de vendas. Era um trabalho que ninguém queria.
Mas eu quis o trabalho porque eu tinha desenvolvido o produto e sabia que meu conhecimento profundo sobre ele iria me ajudar a vendê-lo. Em um ano, as vendas decolaram. Depois disso, eu fui escalado para muitos projetos de pouca relevância que a maioria das pessoas teria recusado. Mas aprendi que fazer um ótimo trabalho, particularmente em uma tarefa indesejada ou humilde, era o modo de me destacar. A maioria das pessoas quer estar somente em equipes vencedoras. Eu digo para olhar para todas as oportunidades. Mostre sua excelência quando as pessoas menos esperam que você o faça.
Oportunidades ignoram a vida pessoal. Aos 29 anos eu estava morando em Ottawa, feliz com uma boa carreira na Mitel, uma multinacional fabricante de produtos de PBX, software e semicondutores. Me pediram para conduzir uma pequena aquisição em Hong Kong. Eu era solteiro e não tinha filhos, mas mesmo assim tinha meus receios. Eu não conhecia a língua e não tinha tanta experiência quanto eu achava que precisava. Mesmo assim, três semanas depois da oferta eu fiz minhas malas e mudei para Hong Kong.
Este trabalho levou a uma série de missões maiores ao longo dos 20 anos seguintes, por seis países. No caminho, eu conheci minha mulher, Rhiannon. E apesar das decisões ficarem definitivamente mais difíceis depois que tivemos as crianças, nós nos mudamos com minhas várias promoções para Singapura, Bélgica e Estados Unidos. Meus dois garotos, de 15 e 12 anos, viram mais do mundo do que a maioria das crianças. Eles também têm um apreço e uma visão perspicaz de outras culturas. Esses garotos são verdadeiros cidadãos globais.
Greg Spierkel, CEO da Ingram Micro
Olho:
Frequentemente estudantes e novos funcionários me perguntam: “Como se chega à posição de CEO?”. Eu sorrio, sabendo que não há uma resposta simples. Mas eu aprendi com algumas experiências pessoais.