Inglês: a língua oficial da T.I.

A importância do aprendizado contínuo da língua inglesa para aumentar as possibilidades profissionais, especialmente na área de T.I., não é novidade no Brasil. A notícia ruim é que este fator começa a representar um obstáculo tão substancial quanto deficiências técnicas e mesmo encargos trabalhistas, um dos principais entraves para o crescimento brasileiro no cenário internacional de T.I.

Para as companhias, de uma maneira geral, a falta de domínio do idioma inglês é mais difícil de suprir do que a carência de conhecimento técnico. Hoje, já está se tornando comum a contratação de profissionais, mesmo que inexperientes, pois é perfeitamente viável o treinamento de um programador em seis meses. Já para tornar alguém fluente em uma nova língua pode-se demorar cerca de dois a três anos. E mesmo esse prazo não é garantido, pois é muito difícil obter proficiência se não se estiver em contato com pessoas fluentes, que utilizem o idioma no dia-a-dia. Há quem atinja o nível avançado em cursos locais, mas não obtenha fluência. Desta forma, na hora da contratação, os profissionais que apresentarem nível aprimorado do idioma certamente terão seu currículo destacado.

Para se ter uma ideia da profundidade do problema, somente no ano passado, mais de 30 mil vagas deixaram de ser ocupadas. Segundo estimativas de entidades setoriais, o país pode aumentar a participação mundial em negócios de T.I. em até cinco vezes até 2011, desde que invista imediatamente na qualificação de profissionais. O déficit de pessoas chega a 100 mil empregos.

E quanto maior a fluência da língua inglesa, mais se ampliam as chances de crescimento na carreira. O mercado trabalha basicamente com três níveis de formação: o básico, que permite à pessoa seguir instruções; o intermediário, que exige uma conversação técnica; e o avançado, para cargos de liderança, que exige uma conversação negocial. Uma corrente de pensamento aponta como responsabilidade do profissional o aprimoramento na língua.

De outro lado, empresas também apostam em seus colaboradores, em muitos casos, contribuindo financeiramente para o aprendizado. Em qualquer uma das opções, entretanto, não é difícil mensurar que a capacidade de comunicação em inglês, nesse cenário, torna-se obrigatória. Esta é a língua oficial do setor.   

Romulo Dornelles é diretor da ilegra