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Treinamento: o efeito avestruz
Por Luiz@Junqueira.com.br
Criado em 16/06/2009 - 00:00
Nosso compromisso inicial com o leitor é não mencionar a palavra crise, bem como outras abordagens que nos levam a comportamentos de paralisia e sintomas de desespero. Quem assume a “doença” pode não perceber quando o organismo reage.
Vamos focar aqui a função Educação Corporativa e o que se pode fazer com os parcos recursos com que certamente fomos contemplados.
O que temos observado é que os executivos e profissionais da área, por determinação da Diretoria, do Executivo Financeiro ou por decisões próprias, adotaram um comportamento de avestruz: “Esconder a cabeça”.
O que nós consultores / fornecedores (que tivemos nossa demanda diminuída) podemos fazer, junto com a unidade de Educação Corporativa, para não sermos esquecidos ou despedidos e ao, mesmo tempo, contribuirmos com ações não tradicionais?
Algumas Idéias:
Educação Corporativa é o casamento entre um bom produto e uma boa metodologia. Certamente o bom produto dará mais visibilidade para a empresa como um todo, especialmente pelo aspecto novidade, mas não pelos resultados. Tão importante quanto o produto é sua embalagem (metodologia). Falamos de algumas ações tais como:
A. Envolvimento do superior do participante, definindo suas expectativas e o porquê da indicação para o treinamento; se não se especifica o resultado não se pode medir o resultado de qualquer ação;
B. Elaboração, pelo participante, de um plano de ação a ser discutido com o respectivo superior em até sete dias; aqui o treinamento se transforma em atividade bidirecional, pois o superior é obrigado a interagir com o subordinado, partindo para uma atividade de coaching;
C. As sugestões A e B têm um objetivo comum; fazer com que a avaliação de qualquer atividade de treinamento seja desenvolvida pelo cliente interno e não pela área de treinamento. Certamente a credibilidade e o impacto de qualquer resultado serão maiores;
D. Utilização do E-Learning como atividade prévia para adição de conhecimento, liberando tempo para que, na etapa presencial, esse conhecimento possa ser operacionalizado;
E. Envolvimento da cadeia de valor nos processos de Educação Corporativa. Essa estratégia de maior envolvimento dos stakeholders acaba trazendo resultados mais imediatos, tangíveis e perceptiveis, bem como dá maior visibilidade à área de T&D;
F. Envolvimento, pela área de Educação Corporativa, dos fornecedores na uniformização do conteúdo e metodologia de programas de T&D conduzidos por prestadores de serviços diferentes;
Essa ação de customização do programa, normalmente é desenvolvida individualmente entre o fornecedor e a contratante, perdendo-se a visão de conjunto.
Nossa sugestão é que essa customização /uniformização seja feita de uma só vez, com todos os consultores e fornecedores. Cada um deles apresentaria seu conteúdo a respectiva metodologia, textos, slides, etc.
A área de Educação Corporativa, de imediato, poderia visualizar / sugerir:
· Eliminação de superposições de conteúdo;
· Consenso de uma metodologia única para todos os temas, como, por exemplo a elaboração de um plano de ação ao final do evento;
· Continuidade para assuntos desenvolvidos por fornecedores diferentes;
· Unificação de abordagens antagônicas sobre um mesmo assunto, como, por exemplo, estilos de negociação, de liderança, etc.
G. Treinamento por massa crítica, aumentando o número de participantes em uma mesma turma (de 25 para 50 pessoas, por exemplo).
O custo para dobrar o número de participantes não é de 100%, mas de, aproximadamente, 85% (mesmo com a utilização de 2 consultores)
H. Procurar consultorias que possam minimizar os obstáculos financeiros à contratação de programas de Treinamento, bem como alternativas para manter ativo seu processo de Educação Corporativa. Um exemplo dessa ação seriam aqueles fornecedores que desenvolvem Programas cujo valor é arbitrado, pelo cliente, 30 dias após o Programa e de acordo com parâmetros estabelecidos entre as partes. Uma segunda opção seriam as consultorias que permitem que os investimentos em T&D possam ser pagos em até 120 dias, após cada programa.
Outra hipótese é o treinamento em que o cliente paga ao fornecedor um percentual dos resultados obtidos (na avaliação do próprio contratante e de acordo com parâmetros definidos pelas partes. Está achando difícil essas alternativas? Tente negociar isso com um fornecedor!
Vale mencionar que o momento atual certamente permite que o cliente e consultores sejam mais flexíveis em seus processos de negociação. Afinal de contas quem confia em “seu taco” pode oferecer a seus clientes treinamento com risco zero
A essa altura o leitor poderá se perguntar por que não falamos sobre o conteúdo dos eventos a contratar? A resposta é simples, procure nos sites de buscas, todas as commodities estarão lá
Apresentar propostas maravilhosas é fácil, o complicado é saber como esse conteúdo vai ser “entregue” e implantado.
E aí, onde está a miopia?
Lembre-se de que a ignorância e a inanição não devem ser desculpas para nossos erros.
Luiz Augusto Costacurta Junqueira é CEO do Instituto MVC e diretor do IBCO
Olho:
Nosso compromisso inicial com o leitor é não mencionar a palavra crise, bem como outras abordagens que nos levam a comportamentos de paralisia e sintomas de desespero. Quem assume a “doença” pode não perceber quando o organismo reage.
Vamos focar aqui a função Educação Corporativa e o que se pode fazer com os parcos recursos com que certamente fomos contemplados.