É de longa data que se observa o movimento migratório das universidades dos grandes centros urbanos, tecnológicos e educacionais para o interior do país. Estamos em pleno caminho inverso daquele que percorreram os profissionais que atuam no mercado há pelo menos duas décadas.
Estamos levando as universidades para o interior dos estados brasileiros e com esta iniciativa o boom comercial, industrial e educacional ditados pelas capitais começa a ter um novo traçado.
A educação à distância enquanto ferramenta de formação de colaboradores, já começa sua história atingindo todos os cantos deste enorme país com culturas tão adversas, pessoas com históricos educacionais tão diferentes.
Estamos diante de novos paradigmas trazidos pelas soluções de TI nas grandes corporações. Num primeiro momento as pessoas traziam dentro de suas cabeças, as culturas das empresas, guardando todo o fluxo das informações; depois com o advento dos computadores, a cultura passou a permear os preâmbulos dos bits e bytes, armazenando todo e qualquer tipo de informação que ajudasse a identificar e personalizar os “modus operandis”.
E, finalmente as corporações começam a ver com bons olhos o que já preconizávamos a duas décadas: o EaD irá contribuir significativamente para formar novos colaboradores, desempenhar papeis na formação dos novos profissionais e sobretudo, desencadear uma nova relação com seus fornecedores e clientes.
A corrida desesperada de algumas empresas multinacionais por soluções em EaD, ainda nos anos 90, permitia assegurar que no futuro muito próximo teríamos relacionamentos bem mais estreitos e fidelidades mais consistentes, provenientes de iniciativas que superariam a barreira da distância e do tempo. Qualquer “coisa” que nos permita conhecer mais o produto, tirar dele maior proveito e acima de tudo, utilizá-lo com todo o seu potencial, mesmo que isso represente o retorno a modelos educacionais para aculturar nossos consumidores, é sempre bem vindo.
O que o EaD pode fazer pela sua empresa não é mais a pergunta certa! O que devemos considerar é o que a minha empresa está fazendo para adquirir aprendizagens, habilidades e competências na velocidade com que a concorrência não espera?
Buscar alternativas de EaD para solucionar problemas internos, problemas de relacionamentos com seus fornecedores, distribuidores, revendas e parceiros é no mínimo buscar maior rapidez na tomada de decisão, velocidade significativa nas mudanças necessárias e pontuais.
Nossos profissionais de TI buscam numa identidade de parceria junto às organizações, proporcionar-lhes soluções que possam trazer profundas modificações em seus relacionamentos, melhorando o conteúdo da informação circulante, tornando a formação profissional mais acadêmica, sem sair da empresa. Entretanto é preciso ressaltar que a tendência de interiorizar as universidades, firmar o homem no campo, buscar novas alternativas para conter a demografia migratória para os grandes centros urbanos é esforço de todos os organismos tanto do Estado, quanto de nossas entidades de classe.
Estamos muito bem servidos de tecnologias, computadores e soluções cada vez mais seguras para produzir, armazenar e deslocar informações. O que precisamos é de soluções educacionais na velocidade que o mercado exige. E no atual paradigma de escolas convencionais, deslocamento de profissionais para estruturas fechadas, caras e nada produtivas em nada contribuem para o aperfeiçoamento da rápida expansão necessária.
Não se iludam aqueles que acham que o EaD é mais barato que o ensino convencional. Não é e nunca será. As necessidades de ferramentas computacionais ainda são caras e sua utilização demanda de profissionais capacitados. Mas com soluções em EaD podemos realizar a mais profunda revolução em nosso comportamento organizacional nos tempos modernos: a rapidez para introduzir novas informações, mudanças nos processos de um dia para outro, treinamentos em todo o nosso corpo de vendas, revendas, distribuidores. Nada é mais rápido do que o EaD. Principalmente nas organizações que possuem muitas filiais, pontos de vendas ou parceiros vendedores.
Outro aspecto das tendências migratórias é que a população não se desloca mais para comprar produtos ou serviços, estes é que são conhecidos pela população consumidora através de celulares, Internet e mídias de áudio e vídeo.
A migração dos grandes centros comerciais, shoppings e feiras para sistemas de mídias de massa levam nossos profissionais de TI a buscarem alternativas que contribuam para os empresários a encontrarem seus clientes em suas residências ou ambientes de trabalho em todo o interior do país. Estatísticas dobram todo o ano com as compras pela Internet realizadas pelos nossos consumidores do Interior. Num mundo cada vez mais conectado, não são as lojas que tem que dobrar de tamanho, pelo contrário, é cada vez menor o número de vendas in loco se comparadas as compras feitas pela Internet. O consumidor está conectado na Internet. Faltam as empresas oferecer demanda de EaD, publicidade e propaganda de qualidade.
Todo o esforço hoje das grandes corporações é fazer com que seus clientes conheçam seus produtos e serviços, e através de tecnologias baratas e de acesso gratuito. Os profissionais de TI devem buscar soluções para seus clientes baseados nas novas tecnologias de informação e comunicação utilizando ferramentas de ensino a distância. Treinamento em serviços, cursos de armazenamento de produtos, manuseio, instalação de máquinas e equipamentos, e uma infinidade de informações podem ser geradas e disponibilizadas para os clientes através de formatos educacionais, do que simplesmente prospectos ou especificações de produtos.
Pode-se introduzir no modelo EaD, mais informalidade, mais “aconchego” nas informações que são passadas aos clientes. E aproveitando desta atenção, firmar comunicações permanentes, fortalecer a fidelidade, informar aos clientes das novidades, modificações, alterações e novas versões, etc.
A nova sociedade do conhecimento é mesclada com diferentes tecnologias e metodologias de ensino e aprendizagem. A atualização deve ser permanente, de fácil acesso, e a custos bastante satisfatórios. Num mundo onde não há mais escassez de informação e de comunicação, é necessário produzir soluções que transformem informação em conhecimento.
O movimento migratório de professores para plataformas a distância fará toda a sociedade discutir um novo papel dos colaboradores e facilitadores de sistemas educacionais. Ainda há muita resistência por parte dos professores em se desenvolver e preparar-se para a nova sociedade do conhecimento. De cada dez profissionais de educação, sete ainda desconhecem os recursos de educação à distância. É um índice muito alarmante divulgado pela Secretaria de Educação à Distância em 2009. Segundo a Secretaria, muitos professores perderão seus postos por medo da tecnologia e resistência a aprendizagem das novas práticas pedagógicas e metodológicas.
Mais do que necessário, os profissionais de TI devem assumir posições vanguardistas e menos cautelosas em privilegiar metodologias que possam potencializar, agilizar, e, sobretudo, dinamizar um mercado em constante efervescência tecnológica com modelos de negócios se alterando o tempo todo, onde a novidade não é mais a mudança, mas a velocidade com que elas ocorrem.
* Cláudio de Musacchio é diretor-geral do Portal EaD Brasil.
É de longa data que se observa o movimento migratório das universidades dos grandes centros urbanos, tecnológicos e educacionais para o interior do país. Estamos em pleno caminho inverso daquele que percorreram os profissionais que atuam no mercado há pelo menos duas décadas.
Estamos levando as universidades para o interior dos estados brasileiros e com esta iniciativa o boom comercial, industrial e educacional ditados pelas capitais começa a ter um novo traçado.