Muito tem se discutido sobre o que acontecerá depois da extinção das sacolas plásticas dos supermercados.
Acredita-se que logo a lei chegará a Curitiba e os consumidores passarão a optar por utensílios de pano ou mesmo pela compra de sacolas reutilizáveis.
Essa, porém, é apenas uma das situações que envolve a preocupação social e ambiental que está na boca do povo.
Marcas responsáveis e pequenos empreendedores estão aproveitando o momento para criar novas ferramentas de se engajar em causas ambiental e socialmente corretas.
Na Europa, os produtores, distribuidores e importadores são responsáveis por lei pelo ciclo de vida dos seus produtos e, por isso, buscam alternativas para que as embalagens dos mesmos não sejam descartadas de maneira incorreta e passem a poluir o meio ambiente.
Um caso, que já foi copiado no Brasil e tem tido resultados positivos, é de uma marca de bebidas que disponibilzou um terminal de descarte das embalagens em supermercados.
Os consumidores que depositarem as embalagens na máquina são recompensados com uma bonificação (em forma de ticket) que oferece desconto na compra de novos produtos.
Ou seja, o consumidor ajuda a marca a gerenciar seus resíduos sólidos e também ganha com isso. Esse é o grande desafio do marketing de hoje: fazer com que o cliente seja parte integrante da política social e ambiental da empresa.
Outra grande marca de cosméticos investiu nos últimos anos na publicidade de refis de produtos. Numa primeira compra, o cliente compra o produto com a embalagem original, mas já em um segundo momento adquire apenas o refil do produto para ser inserido na embalagem que já obtém.
A marca consegue fidelizar e estabelecer uma relação de confiança com o consumidor, já que este se sente parte do processo de reutilização e conscientização. Muitos bancos incentivam seus clientes a receberem extratos bancários e outros informes antes impressos apenas via e-mail.
Essas e outras alternativas são de empresas que investem em práticas sustentáveis e estão inseridas em um cenário de preservação. Além das empresas reduzirem custos, fortalecem também seu discurso social.
O brasileiro começa a perceber que precisa priorizar atitudes que farão a diferença em um futuro próximo. Ao caminhar junto com as marcas, os consumidores passam a ser co-participantes de metas sociais e ambientais das empresas.
O marketing sustentável deixa de ser apenas uma ação estratégia das organizações com o objetivo de obter certificações ambientais e um discurso bonito.
Essa ferramenta é ativa e capaz de interagir com os consumidores finais, estes, dispostos a contribuir com a proposta das marcas e fiéis no sentido de transformar o Brasil em um país com uma sociedade responsável.
Assim, aproveito a ocasião para citar o professor José Predebon, quando nos inspira falando do futuro das empresas em seu livro.
"Será inevitável uma maior responsabilidade, com todas as suas decorrências no campo da função social. A organização deverá agir como parte de um todo mais harmônico, pois somente uma cultura bastante ética manterá o sistema inteiro em equilíbrio.Essa ética não será fruto do bom coração de dirigentes idealistas, mas de uma necessidade vital do sistema, que assim as imporá aos integrantes."
*Lidianne Hupfer é publicitária, diretora de criação e sócia da Agência Valente