Atualmente vivemos um momento quase de refundação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS, graças ao abandono e o desmonte que ela foi vítima nos últimos anos. Ao iniciarmos a gestão do Governo Tarso Genro a situação da instituição era de extrema penúria e abandono, uma calamidade.
Desde o início da atual gestão estadual, se aposta na reorganização e reestruturação da UERGS, baseado no desenvolvimento de três eixos de ações importantes: o primeiro deles, implantado nos primeiros meses de 2011, está relacionado às ações conjunturais e emergenciais que garantiram a continuidade e sobrevivência da instituição.
Cabe citar a nomeação imediata de 23 professores, no momento em que a universidade registrava a péssima marca histórica de apenas 116 docentes e mais de 600 alunos que precisavam terminar os seus cursos.
Em caráter de urgência foi autorizada a contratação emergencial de mais 60 professores e 40 servidores e, automaticamente, a abertura de concurso para substituir, dentro do prazo de dois anos, esses docentes e agora nesse mês a autorização de mais 57 contratações, totalizando em nosso Governo um acréscimo de 140 novos professores.
Em um segundo movimento, uma ação estrutural permitiu a criação do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) estabelecendo as diretrizes de funcionamento da UERGS com uma visão de futuro. O documento, elaborado pela Universidade e com a ajuda de técnicos especializados da Capes, estabelece as bases fundamentais da instituição e, somado ao histórico plano de carreira, permite que se mantenham os professores no quadro e exista perspectiva de contratar novos docentes que não usem a universidade como trampolim de concurso, mas se fixem e permitam melhorar a qualidade do ensino e organizar a pesquisa, a Pós-Graduação e a extensão universitária.
Por fim, outra ação efetiva do Governo junto a UERGS é a busca pelo aprimoramento da gestão da universidade. Não é somente a falta de professores que aflige a instituição, já que, de acordo com o MEC, a média nacional é de 12,25 alunos por professor, e a UERGS conta com uma média de 12,14 atualmente. É imprescindível, não somente ampliar investimentos, mas investir na sua totalidade os recursos disponibilizados.
O orçamento aumentou 63% em relação ao último ano do governo anterior, entretanto a dificuldade da gestão universitária é grande, mas existem todas as condições de melhorar processos e controles e garantir que o crescimento dos investimentos projetados sejam acompanhados de uma otimização dos resultados.
De todo modo, a discussão apaixonante sobre a UERGS deve estar hoje passando pelo repensar de seu papel em um contexto de desenvolvimento para o Estado. Mais do que nunca, o governo estadual e os diversos atores envolvidos no projeto UERGS estão olhando não apenas para o passado, para sua criação e evolução, mas projetando sua presença e atuação no futuro, no século XXI.
O novo momento de desenvolvimento do Estado e do país, aliado as transformações que o Rio Grande sofreu em questões educacionais nos últimos 10 anos, com a expansão do ensino público e gratuito federal, inspira uma nova realidade sobre os campi e cursos da UERGS, hoje não condizentes com as necessidades da sociedade gaúcha.
Transformar a UERGS numa universidade moderna, atuante, dinâmica e viva, com uma gestão universitária exemplar e que coopere para concretização de um ensino superior público gratuito de qualidade, é o compromisso constante deste Governo.
*Cleber C. Prodanov é Secretário de Estado da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico