Saber as características que identificam organizações que obtém resultados consistentes através de boas práticas de TI é crucial para entender qual o estágio de maturidade em que seu negócio se encontra nesta área.
Em tempos de intensa competição, desconhecer como tirar proveito da tecnologia para gerar produtividade e inovação pode atrasá-lo ou até tirá-lo deste jogo. A seguir elencamos alguns dos pontos que mais se destacam em organizações que usam a TI como uma arma de competitividade e produtividade.
Comprometimento da direção
A caminhada começa aqui. Ao longo de minha carreira pude conviver com executivos evangelistas, crentes fervorosos no poder de integração, no aumento de produtividade e na possibilidade de inovação através da TI. O outro lado da moeda revelou-me profissionais incrédulos, que pensavam ser a tecnologia da informação apenas um “mal necessário”.
Filosofias a parte, com o passar do tempo percebi ser fundamental demonstrar comprometimento e comunicar regularmente como o modelo operacional de negócios direciona as ações da TI. Um meio bastante utilizado são as revisões anuais do plano de negócios da empresa.
Sua organização cumpre estas atividades? A área de Tecnologia da Informação tem representatividade à mesa? Os grandes projetos de TI são acompanhados com interesse pelos diretores? Se a resposta for não sua vida ficará mais difícil, os gastos com sistemas cada vez mais questionados e - provavelmente - a competitividade de sua empresa menor.
Integração do negócio com a TI
Na época em que sistemas integrados de gestão começaram a se tornar conhecidos existiam empresas fragmentadas em feudos ou ilhas de informação, cada qual com “sua verdade”. Neste contexto as áreas de negócio eram apartadas da TI e, não raro, vários departamentos possuíam a sua solução, o que gerava muito desencontro e falta de acuracidade.
Com a consolidação do uso dos ERPs e de outras soluções, as organizações com uma mentalidade voltada para integração passaram não somente a comunicar, mas também a vincular as estratégias de negócio ao conceito de processos, interligando digitalmente funcionários e departamentos.
Hoje é preciso ir mais além: observar as tendências tecnológicas e suas implicações, integrar consumidores,clientes e fornecedores, verificar o que faz a concorrência, e também as práticas em outros segmentos.
Cultura de colaboração
Em época de mobilidade é quase impossível trabalhar sem colaborar. Uma das características mais visivelmente identificadas nas organizações que detêm um alto nível de maturidade em TI é a cultura da colaboração.
Quando fala-se em ecossistemas de empresas, e não mais em uma organização isolada, o sentido de comunidade passa a ser essencial. Em um tempo em que minimizar capital de giro, diminuir tempos de fabricação e entrega de produtos é condição básica de sobrevivência, é inimaginável o não-compartilhamento de dados e processos.
Aprender com os erros
Por vezes é preciso haver fracassos retumbantes para que o aprendizado forje um time campeão. Empresas com alto nível de maturidade em TI aprendem com seus erros e não os cometem novamente. “Atropelar” implementações, utilizar metodologias ineficientes de gestão de projeto, além de comprar soluções para só depois tentar otimizar processos são erros que organizações com cultura em TI dificilmente cometeriam.
Em tais empresas as inconsistências do passado são capitalizadas, e passam a fazer parte dos processos de governança para que não mais se repitam.
É possível que sua empresa já esteja no caminho das melhores práticas em TI. Se sim, mantenha o rumo. Caso contrário, prepare-se para ser um pregador dos benefícios da TI junto aos seus diretores, simplifique processos, incentive a cultura do aprendizado com a experiência e implemente uma plataforma de governança de TI. Este é o melhor caminho.
Adrio Corrêa é diretor associado da Merita Consultoria Empresarial