O uso de software vem se tornando muito mais fácil nos últimos anos. A internet multiplicou em inúmeras vezes a oferta e a concorrência de softwares para as mais diferentes aplicações.
Os aplicativos para celular são um exemplo de software de alta qualidade e disponível para todos. Hoje já podemos dizer que existe um software para qualquer aplicação, pronto e disponível, basta procurar com algum programa de busca.
Esta disponibilidade de acesso e uso leva muitos de nós, até os profissionais experientes da área, a se perguntar: Por que esta facilidade de uso de software não se traduz plenamente nos projetos de software corporativo?
Enquanto os milhões de usuários que utilizam smartphones instalam, desinstalam e configuram aplicativos, os projetos corporativos de implantação de sistemas ainda implicam em centenas ou milhares de horas de equipes técnicas e de gestão especializadas.
Alguns clientes corporativos, usuários intensivos dos aplicativos atuais, questionam porque ainda os projetos de TI são tão complexos.
Pode parecer óbvio para os profissionais da área que a complexidade e o propósito destas aplicações sejam muito diferentes, mundos distintos. Mas, agora, com a maturidade das soluções corporativas em nuvem, a pergunta não é totalmente descabida. Por que não posso adotar portal, CRM ou ERP com mais facilidade e com menos custo?
Os gigantes do setor de TI estão investindo bilhões para estarem mais aptos a vencer esta corrida que trata muito mais do que hospedar soluções em servidores fora da empresa e, sim, sobre uma nova forma de escolher, implantar, adotar e sustentar soluções inovadoras de TI.
Um bom reflexo desta mudança é o setor de ensino à distância. Dados do Censo da Educação Superior de 2012, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), mostra que o número de pessoas que se matricularam em cursos à distância em 2012 foi maior cerca de 12,2% em relação a 2011.
Já as matrículas realizadas para as tradicionais presenciais cresceram apenas 5,8%.
Agora os alunos podem migrar de instituição com muito mais facilidade (com alguns cliques para ser mais específico) e a retenção de alunos se torna o fator decisivo deste mercado.
No mundo digital, a qualidade do ensino (software também) é medida e reavaliada a todo minuto pelos milhares de alunos, que agora têm muito mais poder de escolha e exigência.
Quem pensava em mudar de curso presencial, sempre levou em consideração toda a burocracia que envolveria a mudança e, por isso, éramos muito mais tolerantes com falhas e qualidade.
A adoção de sistemas corporativos deve mudar muito nos próximos anos, seja pela chegada de uma nova geração de usuários e “decisores” (que já receberam um endereço eletrônico de e-mail antes do primeiro emprego) ou pela revolução que as soluções em nuvem trarão, na forma de uso, custo e suporte mais fáceis e baratos.
Quem não se mexer, perderá seu queijo!
*Alexandre Marques é empresário e sócio-fundador do Grupo i9.