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Itaú demite 1 mil no home office

Banco afirma que funcionários não estavam trabalhando o que deviam.

09 de setembro de 2025 - 01:25
Agência do Itaú. Foto: Depositphotos.

Agência do Itaú. Foto: Depositphotos.

O Itaú demitiu 1 mil funcionários que trabalhavam em regime híbrido ou remoto, depois de uma avaliação interna de produtividade.

A cifra de demitidos veio do Sindicato dos Bancários. O Itaú não confirma o número, mas afirma que a decisão foi tomada após uma “revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada”.

A incompatibilidade estaria entre as atividades registradas nas plataformas de trabalho e o registro de ponto dos trabalhadores. Os funcionários estariam trabalhando menos horas do que registravam. 

"Em alguns casos, foram identificados padrões incompatíveis com nossos princípios de confiança, que são inegociáveis para o banco", disse o Itaú em nota. O banco tem 85 mil funcionários no Brasil.

O sindicato foi um pouco mais claro sobre o que aconteceu, afirmando que o Itaú se baseou em registros de inatividade nas máquinas corporativas, em alguns casos, períodos de quatro horas ou mais de suposta ociosidade.

"No entanto, consideramos esse critério extremamente questionável, já que não leva em conta a complexidade do trabalho bancário remoto, possíveis falhas técnicas, contextos de saúde, sobrecarga, ou mesmo a própria organização do trabalho pelas equipes”, afirma o sindicato em nota.

A Folha apurou que o banco monitora as atividades de seus contratados nas máquinas e nos softwares do Itaú, o que não é complicado de fazer, tecnicamente falando.

Diversos softwares oferecem a possibilidade de medir em tempo real coisas como uso memória em uso no computador, quantidade de cliques, abertura de abas, inclusão de tarefas no sistema, criação de chamados e um longo etc.

O jornal paulista ouviu funcionários demitidos que afirmaram que a acusação não procede. Alguns disseram que tinham avaliações positivas e, inclusive, obtiveram promoções. 

Eles também afirmam que o banco não apresentou as métricas de telemetria que resultaram em demissão.