María Benjumea, fundadora do South Summit. Foto: Marcos Nagelstein/ Agência Preview/ divulgação.
O South Summit, evento global de inovação que aconteceu em Porto Alegre na última semana, acabou com um balanço de números que chamam a atenção. Para além dos cálculos, uma opinião é unânime: o saldo dessa conta é positivo para a capital gaúcha.
Os três dias de feira tiveram as vendas de ingressos esgotadas, totalizando mais de 20 mil participantes de 50 países. Foram cinco palcos com atividades paralelas e mais de 500 palestrantes, sendo 50 deles internacionais.
O anúncio da vinda do evento para Porto Alegre foi feito em outubro de 2021, quando Eduardo Leite, o então governador do Rio Grande do Sul, e Sebastião Melo, prefeito da cidade, foram à Espanha em uma missão com mais de 50 participantes.
Antes disso, uma negociação vinha acontecendo discretamente há um ano, liderada pelo empresário José Renato Hopf, CEO da 4All e conhecido pelo seu papel na criação da Getnet.
Na época, a estimativa era atrair 15 mil pessoas ao evento, que teve um orçamento total de R$ 1,5 milhão, bancado por 25 empresas.
Já na cerimônia de abertura, na última quarta-feira, 4, Hopf e María Benjumea, a espanhola que fundou o South Summit, já comemoravam as expectativas superadas.
“Essa cidade é a grande cidade da inovação e do empreendedorismo. Estou muito feliz e sei que daqui vão sair muitos negócios e muita gente com muita vontade de fazer acontecer”, declarou Benjumea.
Pelo menos em termos de público, as cifras do South Summit em Porto Alegre estão perto da edição original.
Em 2019, o último ano em que o evento aconteceu em circunstâncias normais, foram 20 mil participantes para Madri, incluindo representantes de 6,5 mil startups e 1,1 mil investidores.
No quesito investidores, a versão brasileira foi mais tímida, chegando ao número de 450, incluindo 20 fundos internacionais com uma carteira de investimento que soma mais de US$ 65 bilhões.
Telmo Costa, CEO da Meta, uma das patrocinadoras do evento, ressaltou o poder de articulação conjunta entre iniciativa privada, governo estadual, governo municipal e entidades.
“Juntar isso fez com que a gente conseguisse trazer um dos maiores eventos do mundo para realizar ele pela primeira vez fora da Europa. Tu pode sentir o resultado do esforço quando todas as partes estão envolvidas com o mesmo objetivo”, salienta Costa.
O executivo conta que viu no South Summit Brazil a mesma efervescência vista no exterior em 2019, quando foi à Alemanha, China, Estados Unidos, Canadá e Israel conhecer seus ecossistemas.
“Se a gente pegar de 2020 para cá, vemos a quantidade de ecossistemas que surgiram e cresceram muito fortes, de unicórnios e de fundos internacionais que vieram. Tudo isso não é de graça, isso mostra que existe um mercado emergente. No fundo, esse evento evidenciou tudo isso que a gente está vivendo nos últimos anos e deu visibilidade global para o que está acontecendo aqui no Brasil. Realmente foi um momento ímpar”, destaca Costa.
Pedro Freitas Valério, CEO do Instituto Caldeira, deu destaque ao mercado de inovação da capital gaúcha, classificado por ele como pujante e com uma abundância de startups. Para Valério, a visão vai muito além do evento.
“Essa plataforma inicia hoje, mas tem uma perpetuidade para podermos gerar esse intercâmbio e uma troca permanente com o resto do mundo. Temos um cuidado para não viver de euforia, mas estamos muito entusiasmados com o momento dentro do Rio Grande do Sul. A gente tem todas as ferramentas necessárias para vislumbrar um estado muito competitivo nos próximos anos”, afirmou Valério em um dos painéis.