Los três amigos: Guedes, Bolsonaro e Hang. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O AliExpress, gigante de e-commerce chinesa, começou uma semana de promoções focadas no mercado brasileiro, com descontos de até 80% e frete grátis em produtos selecionados até a sexta-feira, 1 de abril.
Em nota, a empresa fala que a ação visa “marcar seus 12 anos de operação no Brasil”, mas é um pouco difícil de acreditar que se trata só disso.
Afinal, no final da semana passada surgiu a informação de que o Ministério da Economia prepara uma medida provisória visando dificultar as vendas de empresas como Shopee, Wish, AliExpress e Shein no Brasil.
A MP pode incluir a tributação da importação por pessoas físicas independente do valor do produto comprado (hoje, é oferecida uma isenção para mercadorias até US$ 50).
A movimentação do governo surgiu depois de que um grupo de empresários, incluindo Luciano Hang, dono da Havan, e Alexandre Ostrowiecki, CEO da Multilaser, esteve em Brasília reclamando do que consideram competição desleal da China.
Os críticos ao modelo de venda de produtos importados no Brasil por esses sites chamam as plataformas de “camelódromos digitais”.
Eles reclamam ainda da possibilidade de pessoas físicas venderem no Shopee e no Mercado Livre, sem emitir nota fiscal. As plataformas também são acusadas de não se responsabilizarem pela procedência dos produtos vendidos.
Além dos empresários, a repressão às importações chinesas por pessoas físicas tem o apoio da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Associação Nacional dos Fabricantes Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) e do Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP).