Tem gente de olho na 99? Foto: Depositphotos.
A 99 acaba de anunciar uma “investigação interna” para averiguar o que pode ser descrito como uma guerra comercial contra a empresa.
O aplicativo de entregas fala em “tentativas de roubo de informações estratégicas e tentativas de acessos indevidos”, ou, em termos mais práticos, furtos de notebooks corporativos, uma tentativa de invasão ao sistema e ao app da 99 e o assédio de consultorias a colaboradores para obter dados internos.
Esse último aspecto foi denunciado recentemente também pela iFood, a líder de mercado, em uma entrevista para a CNN do CEO da iFood Diego Barreto.
Assim como a iFood, a 99 afirma que funcionários em posições estratégicas estão sendo procurados por “consultorias” que se oferecem a pagar até R$ 5 mil por conversa, como parte de uma “pesquisa de mercado”.
Barreto falou sobre um “ataque coordenado e sistemático” de espionagem, estimando que pelo menos 500 pedidos de entrevistas já devem ter sido feitos, inclusive por “consultorias baseadas na China”.
A iFood já disse que já encaminhou o caso para autoridades nas esferas civil e criminal. A 99 afirma que a investigação deve levar a um relatório com testemunhos e boletim de ocorrência das vítimas, assim como evidências dos ataques eletrônicos.
Assim como a iFood, a 99 preferiu não falar quem acredita que está por trás dos “ataques”.
O que é sabido é que a gigante chinesa Keeta tem planos para o Brasil e acaba de começar um piloto em Santos e São Vicente nesta semana, que o 99 decidiu voltar para o mercado de delivery e que os dois querem derrubar o iFood, hoje dono de 70% do mercado.
A consequência é uma competição acirrada, que parece estar descambando para uma autêntica briga de rua.
A 99 e Keeta travam uma batalha na Justiça de São Paulo por uma cláusula de exclusividade que a 99Food colocou no contrato com os restaurantes em seu retorno ao mercado de delivery.
Por outro lado, o iFood notificou extrajudicialmente a 99 por recrutar seus funcionários signatários de cláusulas de non-compete, que impedem um profissional de trabalhar na concorrência.
O iFood inclusive já entrou com ações pontuais na Justiça do Trabalho de São Paulo contra ex-colaboradores contratados pela 99Food em cargos mais estratégicos.
Em algumas dessas ações, juízes concederam liminares que determinavam o desligamento imediato dos profissionais.
