SEGURANÇA CORPORATIVA

Blackberry não desiste e compra Secusmart

29 de julho de 2014 - 14:53
Blackberry investe em plataforma de segurança. Foto: divulgação.

Blackberry investe em plataforma de segurança. Foto: divulgação.

A BlackBerry assinou nesta terça, 29, um acordo para comprar a Secusmart, empresa alemã especializada em aplicações de criptografia anti-espionagem para dispositivos móveis.

Com a transação, cujo valor não foi aberto, a fabricante canadense de smartphones pretende retomar o foco em sua especialidade, que é de ambientes seguros para dispositivos móveis voltados ao segmento corporativo.

A Secusmart, com sede em Düsseldorf, desenvolve tecnologia de criptografia para proteção contra espionagem sobre dados de voz e tem entre seus clientes os governos alemão e canadense.

Segundo o CEO da Secusmart, Hans-Christoph Quelle, o plano da empresa é de fato atingir o segmento governamental, colocando os smartphones da Blackberry nas mãos de todos os chanceleres e presidentes do mundo.

"É preciso proteger o uso de voz nos smartphones. Não é preciso esperar para conseguir uma linha segura terrestre", destacou Quelle ao falar de sua tecnologia, que utiliza uma pequena CPU integrada ao cartão microSD do telefone para encriptar os dados.

Um ponto a favor da Blackberry é de que a plataforma já é compatível com o sistema operacional Blackberry 10. Segundo afirmou o CEO da Blackberry, John Chen, o aumento da demanda por soluções de segurança e reforço contra ciberataques pode ser decisivo para um futuro sucesso da empresa.

"Esta é uma tecnologia de alto valor agregado que eu poderia cobrar e ela aumenta muito a distância entre nós e os concorrentes", disse Chen ao Wall Street Journal.

Para Chen, a expertise da BlackBerry em segurança e suas atualizações tecnológicas para tornar a comunicação de mensagens e o software de gerenciamento de dispositivo móvel mais seguros e adaptáveis dão à empresa uma vantagem competitiva na conquista de negócios nas áreas de governo, empresas de serviços financeiros e instituições de saúde, entre outras.

No início de 2014, a vida financeira da Blackberry continuou difícil, com uma receita de US$ 966 milhões no primeiro trimestre, o que representa uma queda de US$ 10 milhões - ou 1% - em relação ao mesmo período do ano anterior.

Com o novo investimento em sua plataforma de segurança móvel, a Blackberry também quer mostrar força em meio a uma onda de movimentos do mercado de soluções em mobilidade corporativa.

Desde o ano passado, a Samsung aposta no uso do Knox, camada de segurança que opera sobre o Android e foi lançada junto com o Galaxy S4. Na semana passada, a Apple e a IBM, notórias rivais nos anos 80, resulveram unir forças para desenvolver aplicações móveis para grandes empresas.