Brasil lidera em altcoins e Bitcoin na América Latina segundo um estudo

16 de dezembro de 2024 - 11:03

Sem dúvida o Brasil é um dos principais mercados de criptomoedas na América Latina, mas o interesse por altcoins e Bitcoin no país não para de crescer. De acordo com o relatório Panorama Cripto na América Latina da Bitso, no primeiro semestre de 2024, 60% das carteiras de criptomoedas no Brasil são compostas por Bitcoin, reforçando sua posição como o ativo digital mais confiável para investidores brasileiros.

Além disso, o país apresenta o maior índice de posse de altcoins na região, superando até mesmo Ethereum, uma das criptomoedas mais populares no mundo. Isso mostra não apenas a confiança no Bitcoin como uma reserva de valor sólida, mas também a disposição dos investidores brasileiros em diversificar seus portfólios e explorar oportunidades de retorno mais elevado por meio de ativos alternativos.

Essa combinação entre segurança e inovação coloca o Brasil como um líder regional no mercado de criptoativos. Nos últimos anos, o mercado de criptomoedas no Brasil evoluiu rapidamente, com muitas opções de criptomoedas com potencial surgindo. Dados da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) indicam que mais de 10 milhões de brasileiros possuem algum tipo de criptomoeda.

Entre as preferências, o Bitcoin continua sendo o principal ativo, mas o interesse por altcoins tem ganhado força devido à sua volatilidade e potencial de lucro. O relatório da Bitso também informa que, enquanto o Bitcoin é responsável por 60% das carteiras, altcoins ocupam cerca de 25%, seguidas por 6% de stablecoins e 5% de FIAT.

Essa diversificação evidencia um perfil de investimento mais sofisticado e estratégico por parte dos brasileiros, que buscam equilibrar segurança com oportunidades de maior retorno. Entre as altcoins mais populares no Brasil estão Cardano (ADA), Solana (SOL) e Polygon (MATIC), que atraem investidores devido às suas tecnologias inovadoras e potenciais de crescimento a longo prazo.

O forte interesse pelo Bitcoin no Brasil pode ser explicado por sua reputação como uma reserva de valor consolidada, especialmente em períodos de instabilidade econômica. O Bitcoin já é visto como uma proteção contra a inflação, uma preocupação constante em países emergentes como o Brasil. No primeiro semestre de 2024, o Bitcoin teve um crescimento de 2 pontos percentuais na composição das carteiras brasileiras.

Esse é um dado que reforça a posição do ativo como um dos mais confiável do mercado. Além disso, o aumento na adoção do Bitcoin está diretamente relacionado ao avanço da regulação no Brasil, que trouxe mais segurança para os investidores e incentivou a entrada de novos participantes no mercado. Mas enquanto o Bitcoin domina as carteiras, as altcoins têm mostrado um grande crescimento.

Segundo o relatório da Bitso, a posse de altcoins no Brasil aumentou 1 ponto percentual no último semestre, superando a presença de Ethereum. Essa tendência reflete uma maior disposição ao risco por parte dos investidores, que buscam ativos mais voláteis, mas com potencial de valorização mais rápido. Essa preferência por altcoins é alimentada por uma combinação de fatores.

Altcoins como Solana e Polygon oferecem soluções escaláveis e eficientes, atraindo desenvolvedores e investidores. E esses investidores estão usando altcoins para equilibrar suas carteiras e buscar ganhos em mercados emergentes. Muitas altcoins têm preços mais baixos, o que permite que novos investidores entrem no mercado com menos capital inicial.

Apesar dos riscos associados à volatilidade, o crescimento do interesse por altcoins demonstra a maturidade do mercado brasileiro e sua capacidade de adotar novas tendências. E embora o mercado brasileiro seja marcado pela alta exposição ao risco, stablecoins continuam desempenhando um papel importante nas carteiras.

Representando 6% dos ativos digitais, stablecoins oferecem uma alternativa segura para proteger o capital em momentos de alta volatilidade no mercado. Além disso, a presença de 5% de FIAT nas carteiras indica que muitos investidores ainda mantêm uma parte de seus fundos em moeda tradicional, seja para fins de liquidez ou para aproveitar oportunidades futuras de investimento.

Apesar de um crescimento mais moderado no número de usuários no primeiro semestre de 2024 (18%, comparado aos 31% do ano anterior), o Brasil continua liderando a adoção de criptomoedas na América Latina. Essa desaceleração pode ser atribuída a uma estabilização do mercado, mas o interesse permanece robusto.

O Marco Legal das Criptomoedas, aprovado em 2023, trouxe mais segurança jurídica para o setor, incentivando tanto investidores quanto empresas. Iniciativas de plataformas como Binance e Bitso têm ajudado a educar os brasileiros sobre os benefícios e riscos das criptomoedas. E a alta penetração de smartphones e o aumento do uso de plataformas digitais tornaram mais fácil o acesso às criptomoedas.

A volatilidade do mercado, a falta de clareza regulatória em algumas áreas e a necessidade de maior educação financeira são barreiras que podem limitar o crescimento a longo prazo. No entanto, as perspectivas para o futuro são promissoras. Além disso, o interesse em novas tecnologias, como DeFi (finanças descentralizadas) e NFTs, sugere que o país continuará na vanguarda da inovação cripto na América Latina.