
Marcos Mazoni se despede do Serpro.
Marcos Mazoni, presidente do Serpro, e os diretores de Operações, Wilson Mota, e de Desenvolvimento, José Aquino, perderam seus cargos na estatal federal de processamento de dados nessa quarta-feira, 06.
O fato foi revelado por uma reportagem do portal brasiliense Convergência Digital.
Procurada pela reportagem do Baguete Diário, a assessoria de imprensa do Serpro disse que só manifestaria uma posição após a publicação das exonerações no Diário Oficial.
A demissão da diretoria aconteceu depois do ministério da Previdência Social nomear um interventor no Serpros, o fundo de previdência do Serpro.
Segundo o Convergência Digital, a nomeação do interventor foi uma manobra do ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, buscando derrubar Mazoni e colocar no lugar um indicado seu.
Ainda de acordo com o portal brasiliense, Mazoni foi demitido por telefone pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Tarcísio Godoy, enquanto estava na festa de despedida de um colega do Serpro junto com o conterrâneo gaúcho Rogério Santanna, ex-presidente da Telebras.
"Fui demitido pelo telefone", teria reagido um desconcertado Mazoni, segundo as fontes do Convergência Digital. "Bem-vindo ao mundo", teria replicado o sempre bem humorado Santanna.
O ex-presidente da Telebras, por sinal, ficou sabendo da sua demissão por meio do jornal O Globo, para somente depois ser comunicado oficialmente pelo então ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, no início do primeiro governo Dilma Rousseff.
Conspirações e folclore brasiliense aparte, o fato é que a queda de Mazoni não pode ser atribuída com exclusividade às maquinações do ministro da Previdência e ao reconhecido gosto petista pelo fogo amigo.
Nos últimos meses, pipocaram informações na imprensa ligando o Serpro ao rolo da Operação Lava-Jato, por meio da conexão de uma prestadora de serviços da empresa com o ex-secretário de comunicação do PT, André Vargas.
Segundo revelou o Correio Braziliense, a paranaense IT7, que entre 2010 e 2015 venceu licitações por um valor total de R$ 52,7 milhões na estatal, repassou R$ 2,3 milhões para empresas de fachada operadas por Vargas, que fez carreira política no Paraná.
O Serpro era presidido desde 2007 por Marcos Mazoni, que chegou a presidir a estatal estadual de processamento de dados Procergs no Rio Grande do Sul entre 1999 e 2002 e tornou-se uma figura de destaque nacional no cenário de TI ao assumir a Celepar, em 2003.