Há cerca de um mês, em uma palestra nos Estados Unidos, o consultor Dagoberto Hajjar, presidente da Advance, registrou o interesse formal de 50 empresas em vir para o Brasil, via operações ou via distribuição de produtos. Hoje, a realidade é outra: todas elas transferiram seus planos para, pelo menos, o segundo semestre de 2009.
Com este exemplo Hajjar – que palestrou nesta quinta-feira, 16, no Enesi 2008, em Porto Alegre - desenha o cenário da crise econômica mundial. “O que assusta as empresas não é o cenário brasileiro, mas o norte-americano. Entretanto, isso é mais uma demonstração de como a crise dos EUA respinga no mundo todo, inclusive aqui”, destaca o executivo.
E, segundo o presidente da Advance, de todos os setores prejudicados pela crise, a TI é um dos mais vulneráveis. Isto porque produtos de tecnologia não são prioridade nas corporações. “Prioridade é folha de pagamento, tributos. Um parque de hardware, por exemplo, você só troca, em tempos de crise, se algo quebrar”, destaca ele.
Desta forma, o segmento de distribuidores e revendas de commodities de TI é o que deve se sair melhor em meio à turbulência. Já os vendedores de soluções e serviços sofrem mais. “O setor que trabalha com valor agregado sente mais os impactos. Neste segmento, todos os projetos de longo prazo tendem a ser estancados”, frisou o consultor.
Conforme uma pesquisa da Advance realizada junto a 30 dirigentes de empresas do estado de São Paulo, 84% dos entrevistados consideram a atual crise muito grave – alguns chegam a compará-la com o caos de 1929. Um exagero cabível, de acordo com Hajjar: “É um momento muito difícil da economia. Quem estiver preparado, sobreviverá. Os muito pequenos ou aqueles que não tiverem um planejamento para enfrentar este período, estes estarão sujeitos à queda”, sentenciou o palestrante.
Com “estar preparado”, Hajjar quer dizer ter se planejado para um quadro de crise em 2008. Segundo o consultor, os planos anuais das empresas têm de ser revisados a cada seis meses, sempre projetando cenários hipotéticos diferentes – otimista, realista e pessimista. Assim, não há surpresa que abale a estrutura a ponto de fazer ruir o negócio.
Com este planejamento, é possível reprogramar ações e processos em caso de turbulência no mercado. Agora, por exemplo, todas as apostas de vendas para o SMB perderam força, uma vez que a crise reduz o crédito e esta redução diminui o poder de compra dos pequenos e médios empresários.
Além disso, no segmento de grande porte também há cortes nos investimentos em TI, exatamente devido à questão prioritária tratada pelo palestrante. Porém, conforme pesquisa da Ernst & Young, uma área da TI seguirá recebendo aportes das empresas, independentemente de quanto a crise avance: segurança da informação.
Segundo o levantamento, realizado junto a 1,4 mil companhias de 50 países, incluindo o Brasil, 50% dos ouvidos pretendem incrementar seus ambientes de soluções de segurança. Já 45% planejam manter a estrutura atual, enquanto somente 5% pensam em reduzir os investimentos neste quesito.
Ou seja, dá para fazer do limão, uma limonada. “É preciso rever, no planejamento empresarial, a carteira de clientes. Se os atuais atendidos estão retendo investimentos e cancelando projetos devido à crise, atente para os setores que estão comprando! Veja, por exemplo, quem exporta: para estes empresários, o momento é favorável, devido à taxa de câmbio”, ressaltou Hajjar.
Compra, vende, junta
Fusões também são bem vindas em um momento como esse, acredita o presidente da Advance. “Quem puder se juntar para unir forças e diversificar a oferta, faça isso”, recomenda ele.
Por conta disso, o consultor avalia como muito inteligente a fusão Totvs/Datasul. Inicialmente, este era um movimento esperado pelo mercado, mas para 2010, pelo menos. Aconteceu bem antes, o que, para Hajjar, demonstra o preparo das duas empresas para uma crise que se anunciava.
“Ambas possuíam a idéia, o poder de investimento, e havia no ar um leve cheiro de crise. Foi um movimento certeiro”, elogia ele.
Nos próximos meses, porém, nada parecido deve ser esperado – nem no Brasil, nem no exterior. E mais: investimentos estrangeiros no país, pode esquecer. “Não se pode esperar aportes de fora no próximo ano”, finaliza Hajjar.
Com este exemplo Hajjar – que palestrou nesta quinta-feira, 16, no Enesi 2008, em Porto Alegre - desenha o cenário da crise econômica mundial. “O que assusta as empresas não é o cenário brasileiro, mas o norte-americano. Entretanto, isso é mais uma demonstração de como a crise dos EUA respinga no mundo todo, inclusive aqui”, destaca o executivo.
E, segundo o presidente da Advance, de todos os setores prejudicados pela crise, a TI é um dos mais vulneráveis. Isto porque produtos de tecnologia não são prioridade nas corporações. “Prioridade é folha de pagamento, tributos. Um parque de hardware, por exemplo, você só troca, em tempos de crise, se algo quebrar”, destaca ele.
Desta forma, o segmento de distribuidores e revendas de commodities de TI é o que deve se sair melhor em meio à turbulência. Já os vendedores de soluções e serviços sofrem mais. “O setor que trabalha com valor agregado sente mais os impactos. Neste segmento, todos os projetos de longo prazo tendem a ser estancados”, frisou o consultor.
Conforme uma pesquisa da Advance realizada junto a 30 dirigentes de empresas do estado de São Paulo, 84% dos entrevistados consideram a atual crise muito grave – alguns chegam a compará-la com o caos de 1929. Um exagero cabível, de acordo com Hajjar: “É um momento muito difícil da economia. Quem estiver preparado, sobreviverá. Os muito pequenos ou aqueles que não tiverem um planejamento para enfrentar este período, estes estarão sujeitos à queda”, sentenciou o palestrante.
Com “estar preparado”, Hajjar quer dizer ter se planejado para um quadro de crise em 2008. Segundo o consultor, os planos anuais das empresas têm de ser revisados a cada seis meses, sempre projetando cenários hipotéticos diferentes – otimista, realista e pessimista. Assim, não há surpresa que abale a estrutura a ponto de fazer ruir o negócio.
Com este planejamento, é possível reprogramar ações e processos em caso de turbulência no mercado. Agora, por exemplo, todas as apostas de vendas para o SMB perderam força, uma vez que a crise reduz o crédito e esta redução diminui o poder de compra dos pequenos e médios empresários.
Além disso, no segmento de grande porte também há cortes nos investimentos em TI, exatamente devido à questão prioritária tratada pelo palestrante. Porém, conforme pesquisa da Ernst & Young, uma área da TI seguirá recebendo aportes das empresas, independentemente de quanto a crise avance: segurança da informação.
Segundo o levantamento, realizado junto a 1,4 mil companhias de 50 países, incluindo o Brasil, 50% dos ouvidos pretendem incrementar seus ambientes de soluções de segurança. Já 45% planejam manter a estrutura atual, enquanto somente 5% pensam em reduzir os investimentos neste quesito.
Ou seja, dá para fazer do limão, uma limonada. “É preciso rever, no planejamento empresarial, a carteira de clientes. Se os atuais atendidos estão retendo investimentos e cancelando projetos devido à crise, atente para os setores que estão comprando! Veja, por exemplo, quem exporta: para estes empresários, o momento é favorável, devido à taxa de câmbio”, ressaltou Hajjar.
Compra, vende, junta
Fusões também são bem vindas em um momento como esse, acredita o presidente da Advance. “Quem puder se juntar para unir forças e diversificar a oferta, faça isso”, recomenda ele.
Por conta disso, o consultor avalia como muito inteligente a fusão Totvs/Datasul. Inicialmente, este era um movimento esperado pelo mercado, mas para 2010, pelo menos. Aconteceu bem antes, o que, para Hajjar, demonstra o preparo das duas empresas para uma crise que se anunciava.
“Ambas possuíam a idéia, o poder de investimento, e havia no ar um leve cheiro de crise. Foi um movimento certeiro”, elogia ele.
Nos próximos meses, porém, nada parecido deve ser esperado – nem no Brasil, nem no exterior. E mais: investimentos estrangeiros no país, pode esquecer. “Não se pode esperar aportes de fora no próximo ano”, finaliza Hajjar.