A barriga, um instrumento de decisões. Foto: Depositphotos.
Grandes empresas vão começar a empurrar com a barriga seus investimentos previstos em inteligência artificial.
Segundo uma análise da Forrester, um quarto dos gastos planejados com IA para o ano que vem serão realocados para 2027.
Para a empresa de pesquisas, o adiamento é resultado de um “acerto de contas”, uma vez que o “fosso entre as promessas infladas dos fornecedores e o valor realmente entregue às empresas está aumentando”.
Menos de um terço dos tomadores de decisão conseguiu estabelecer uma ligação clara entre o valor da IA e o crescimento financeiro de suas corporações, constatou o estudo.
No próximo ano, é provável que os CEOs passem a ouvir mais os CFOs antes de aprovar investimentos em IA, com base nos retornos esperados apenas em 2026.
Daí vem a base para a previsão do adiamento, já que o rigor financeiro deverá retardar a implantação de projetos em produção, prevê a Forrester.
“Em 2026, o período de hype da IA chega ao fim, à medida que aumenta a pressão por resultados reais e mensuráveis vindos de iniciativas seguras de IA. Conforme a era de volatilidade continua, líderes de tecnologia e segurança serão chamados a recalibrar investimentos sob uma fiscalização financeira mais rígida e governança mais exigente”, afirma Sharyn Leaver, diretora de pesquisa da Forrester
Em junho, a Gartner também previu que 40% dos projetos de IA “agente” seriam cancelados até 2027.
Por volta da mesma época, um estudo da Carnegie Mellon University mostrou que agentes de IA só têm sucesso entre 30% e 35% das vezes em tarefas com múltiplas etapas.
Tendo isso em mente, já é possível especular para quando a bolha de IA deve estourar.
A consultoria Bain & Company estimou que o ritmo atual de gastos com datacenters de IA — cerca de US$ 500 bilhões por ano — exigiria que o setor de tecnologia gerasse US$ 2 trilhões em vendas anuais de IA até 2030.
Maurício Renner
Editor at Baguete Diário