Peter Thiel vê oportunidade de faturar com a erva. Foto: divulgação.
Conhecido por seu destemor em investir em empresas e mercados experimentais, o norte-americano Peter Thiel anunciou que a Founders Fund, sua companhia de investimentos, fará aportes no setor de produção de maconha.
Thiel, que fez boa parte de sua fortuna ao ser um dos fundadores do PayPal, está disposto a apostar no segmento, que está iniciando nos Estados Unidos, embora seja legal cerca de metade dos estados do país.
Segundo destaca o Guardian, o fundo pretende comprar uma participação minoritária na Privateer Holdings, companhia sediada em Seattle e que controla a Leafly.com, site que funciona como um guia para compradores de maconha medicinal, com indicações de preços e qualidade.
A Privateer também é dona da Tilray, uma companhia de plantação de maconha medicinal sediada no Canadá, assim como outras companhias menores ligadas ao uso da erva.
Os termos do acordo com a Founders Fund não foram abertos, entretanto compõe um valor significativo para a Privateer, que estabeleceu uma meta de US$ 75 milhões em captação de aportes.
Ao investir neste peculiar mercado, a Founders Fund está otimista com as oportunidades e a crescente mudança de pensamento sobre o uso controlado de maconha no país. Segundo Geoff Lewis, parceiro de Thiel no fundo, a escolha pela Privateer tem a ver com a vantagem de mercado que a empresa possui.
"Neste momento, acredito que não há nenhuma companhia no mesmo nível que a Privateer. Eles tem uma clara vantagem como pioneiros, e estão em uma posição de construir uma marca forte", disse o investidor.
Por falar em marca forte, a Privateer fez em 2014 um ambicioso movimento para mostrar que não está para brincadeira. A companhia adquiriu por trinta anos direitos para o uso da imagem de Bob Marley - icônico músico e usuário da cannabis - para uma futura marca global de cigarros de maconha. Já tem até nome: Marley Natural.
Embora o envolvimento neste tipo de negócio ainda represente um terreno arenoso mesmo para investidores de peso como o Founders Fund, o plano da companhia não é tanto endossar o produto, mas como estar na crista da onda caso ele se desenvolva.
Agora resta saber se esse mercado realmente terá futuro, ou se tudo acabará em fumaça.
Leandro Souza
Editor na Canaltech