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Analistas enterraram mais um hype do setor de tecnologia. Foto: Depositphotos.
Ninguém está adotando o metaverso, porque ele não serve para grande coisa.
Foi mais ou menos o que o Gartner disse, em um relatório que pode servir como o funeral do hype em torno da tecnologia, que começou para valer ali por 2021 e já vinha em acelerado declínio desde o ano passado.
No relatório, intitulado “Emerging Tech: Adopter Anti-patterns – Metaverse Use Cases Are Plagued by Low Adoption”, o Gartner aponta diversas questões que impedem o metaverso de decolar para valer.
De acordo com os analistas, o uso de realidade virtual fora do mundo dos jogos não atende às expectativas dos usuários e por isso não escala. Um caso típico são as tais reuniões virtuais com avatares, que não seriam uma “experiência sustentável”.
O Gartner falou com 52 provedores de soluções para metaverso e analisou 170 casos de implementação, descobrindo que a maior parte dos casos de uso envolve tentativas de aumentar a produtividade ou o engajamento de clientes, por meio de experiências de compra ou eventos virtuais.
A tal Geração Z, formada por pessoas nascidas entre 1996 e 2010, é a única que realmente participa desse tipo de experiências, e mesmo eles não estão muito empolgados.
Pela pesquisa do Gartner, 85% das pessoas nessa faixa etária não estão interessadas em marcas operando em metaversos. Outros 43% disseram que não entendem o que é o metaverso.
Ao mesmo tempo, a pandemia passou e os consumidores dispõem da possibilidade de fazer compras no mundo real.
Outras reclamações dos usuários é que experiências de realidade virtual são desconfortáveis e o hardware necessário é caro. Nada disso deve mudar no curto prazo.
Pelo lado das empresas tratando de promover as experiências virtuais, a coisa também não está muito bem resolvida.
Na visão do Gartner, os dados coletados nesse tipo de ambiente não estão integrados com outras fontes (formam um silo, no jargão da área de tecnologia), o que dificulta usar a informação obtida.
Até as tais reuniões virtuais, um dos principais cases de uso do metaverso, são no final das contas uma decepção.
“Elas são geralmente uma experiência divertida e estão bem para implementar em pequena escala, mas no longo prazo são uma distração”, aponta o estudo do Gartner. “O valor de longo prazo das reuniões imersivas ainda não é provado e não se espera que eles substituam totalmente as videoconferências”, agrega o texto.
Para o Gartner, é questionável se esse tipo de reunião ainda vai existir em três ou cinco anos.