O setor de alta tecnologia, como o de computadores, televisores, fabricação de aviões, equipamentos médico-hospitalares e relógios, foi um dos que mais cresceu em produção no primeiro semestre de 2011, com alta de 6,6% em relação ao 1S10.
A informação é de uma análise sobre a produção da indústria brasileira feita pelo Iedi a partir de dados do IBGE.
Conforme o estudo, há uma “escada” na performance dos setores industriais brasileiros: atrás do segmento high tec, as áreas de média-alta tecnologia cresceram 2,5%; e a indústria de média-baixa tecnologia subiu em 2,3%.
A análise explica a diferença na evolução dos indicadores industriais pelo câmbio e estabilidade de preços dos componentes no mercado internacional.
Segundo divulgado pelo Iedi, os setores de menor intensidade tecnológica sofreram com a concorrência direta de produtos importados.
Já as áreas de mais alta complexidade se aproveitaram do real valorizado para importar componentes de baixo valor.
Em risco
Ainda de acordo com a pesquisa, o melhor desempenho destes setores, no entanto, guarda um “forte risco” de desindustrialização nacional.
“Cada vez mais, os fabricantes utilizam peças importadas de fornecedores estrangeiros e as cadeias produtivas no Brasil diminuem de tamanho.
Não é sustentável manter os nossos níveis de produção por esse fator”, afirma o estudo.
Complementando, o Iedi afirma que “não existe prática no mundo que para estimular um setor mantenha o câmbio valorizado por muito tempo”. E alerta: “as consequências são mais graves”.
Déficit crescente
A análise do instituto também indica que os setores de alta e média intensidade tecnológica são os mais deficitários na balança comercial de bens da indústria manufatureira.
A projeção é que este ano a indústria brasileira acumule um déficit comercial de US$ 55 bilhões.
Se o valor se confirmar, traçará uma trajetória negativa no setor, já que, em 2008, o déficit foi de cerca de US$ 7 bilhões, subindo para US$ 8 bilhões no ano seguinte e para significativos US$ 35 bilhões em 2010.