Eu ando nas ruas. Eu troco um cheque. Mudo uma planta de lugar. Foto: Agência Brasil.
Ainda tem bastante gente passando cheques por aí. De acordo com dados da Febraban, foram 103,9 milhões de documentos compensados no Brasil no primeiro semestre, quase um para cada dois brasileiros.
A cifra é 13,8% menor em relação ao mesmo período de 2021, mantendo uma tendência de queda contínua que vem pelo menos desde 1995, quando a Febraban começa a série histórica.
Naquele já distante ano, foram compensados cerca de 3,3 bilhões de cheques no país, 16.5 vezes mais do que o total averiguado em 2021. Na comparação com 2020, a queda foi de 23,7%.
O número total de cheques vai diminuindo na medida em que outros meios de pagamento como cartões de crédito e débito, internet banking e mais recentemente o Pix vão corroendo as utilidades do cheque, antes a única alternativa ao dinheiro vivo.
A título de comparação, só no primeiro semestre foram feitas 9,74 bilhões de transações com o Pix, totalizando R$ 4,66 trilhões. Isso significa que, para cada cheque compensado entre janeiro e junho, foram feitos quase 100 transações pelo Pix.
Apesar de estar diminuindo na quantidade total, o meio de pagamento se mantém estável quando o assunto é o volume financeiro, que ficou ao redor de R$ 333 bilhões no primeiro semestre.
“Os números mostram que o valor médio do cheque é mais alto, o que significa que a população está usando este meio de pagamento para transações de maior valor, enquanto as transações menores e do dia a dia são feitas com o Pix”, avalia Walter Faria, diretor adjunto de Serviços da Febraban.
Este repórter lembra de ter passado seu último cheque na aquisição de um imóvel, o que corrobora a hipótese de Faria (leitores que acompanham o noticiário político também poderão citar exemplos similares do uso de cheques).
Maurício Renner
Editor at Baguete Diário