Juergen Mueller, Chief Technology Officer da SAP. Foto: Divulgação
A SAP anunciou nesta quinta-feira, 2, três novos recursos em inteligência artificial generativa voltados para desenvolvedores.
O primeiro deles é o SAP Build Code, um pacote de soluções que oferece ferramentas de produtividade baseadas em IA para desenvolvimento em Java e JavaScript.
Na prática, os desenvolvedores poderão utilizar o Joule, assistente virtual da marca baseado em IA generativa, que agora tem recursos de geração de código para modelagem de dados, lógica de aplicações e criação de scripts de teste.
Segundo a companhia, a ideia é agilizar a cooperação dos desenvolvedores com especialistas de negócios que usam as soluções low-code SAP Build, lançadas no final do ano passado.
“Agora o SAP Build Code foca desenvolvedores profissionais, oferecendo a eles ferramentas alimentadas por IA para aumentar a produtividade na criação de novas aplicações e extensões. A solução também colabora para uma interoperabilidade mais profunda porque muitas equipes multidisciplinares se unem para resolver problemas de desenvolvimento”, destaca Juergen Mueller, Chief Technology Officer da SAP.
O segundo anúncio é relacionado ao SAP Hana Cloud, que será estendido com bancos de dados vetoriais que gerenciam dados não estruturados – como texto, imagens ou áudio.
De acordo com a multinacional alemã, isso facilita a identificação e a recuperação de objetos semelhantes rapidamente.
É possível, por exemplo, pesquisar fornecedores com base no idioma dos contratos para examinar o histórico de pagamentos e rastrear pedidos individuais.
Os novos recursos de banco de dados vetoriais devem aprimorar as interações entre os modelos grandes de linguagem (LLMs, na sigla em inglês) e os dados de missão crítica das organizações.
“Nós estamos impulsionando SAP Hana Cloud dentro da IA generativa. Esse talvez seja o maior anúncio em torno do Hana Cloud desde o seu lançamento”, afirma Mueller.
A ideia é utilizar dados de clientes específicos por setor para reduzir as chamadas "alucinações de IA", informações que são escritas de forma coerente, mas apresentam dados incorretos.
“Um motor vetorial é muito importante no contexto de LLMs porque todos eles têm um corte de datas. Eles não têm os dados mais recentes e não sabem nada mais específico sobre a empresa. A base de dados vetorial pode dar mais contexto sobre, por exemplo, dados financeiros, cadeia de suprimentos, qualidade, logística, RH, compras, customer experience. Com esse anúncio, nós combinamos a força dos LLMs com dados das empresas em tempo real”, explica o CTO.
O terceiro lançamento da SAP foi a AI Foundation, um “one-stop-shop” para desenvolvedores criarem extensões e aplicações alimentadas por IA e IA generativa na SAP Business Technology Platform (BTP).
A solução inclui desde serviços prontos para uso e acesso aos principais LLMs até recursos de bancos de dados vetoriais e gerenciamento de tempo de execução e ciclo de vida da IA.
“Nós usamos ela e, após um ano de experiência em IA generativa, estamos compartilhando todo esse pacote com os nossos clientes e parceiros. Isso inclui serviços de IA prontos para uso, com modelos de desenvolvimento pré-treinados e retreinados para processar documentos, recomendações, traduções de máquina”, detalha Mueller.
A SAP começou a falar em IA generativa em junho deste ano, durante o SAP Sapphire, quando anunciou o uso da tecnologia da Microsoft (investidora da OpenAI, startup americana por trás do ChatGPT) e outros novos recursos na área.
Em setembro, lançou o Joule, que representa uma tacada da gigante para redefinir como os clientes usam seus produtos na nuvem pública.
“Nós já construímos mais de 130 aplicações de IA. Nossos parceiros, mais de 360. E mais de 24 mil clientes já estão usando IA com a SAP. Eles querem modificar livremente e desenvolver extensões nas bordas. E nós queremos nos tornar a companhia líder na adoção de IA por parte dos clientes”, resume Mueller.
Luana Rosales
Repórter no Baguete Diário