GOVERNO

Serpro troca presidente

Como é que será que ficam os planos de nuvem soberana em Brasília?

19 de novembro de 2025 - 05:03
Motta agora é o chefe. Foto: Serpro.

Motta agora é o chefe. Foto: Serpro.

Troca de presidente no Serpro, a maior estatal federal de tecnologia: sai Alexandre Gonçalves Amorim e entra o diretor de Operações, Wilton Mota.

Mota é um funcionário de carreira, com quase 40 anos de Serpro, e estava no cargo atual desde 2024.

Um perfil bem diferente do de Amorim, que veio de fora da estatal. Antes de assumir o cargo, ele era diretor-presidente do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI), organização responsável pela tecnologia do município de Curitiba.

“Meu compromisso na presidência é garantir que as bases que sustentam o Serpro e o nosso propósito como estatal sejam o norte da nossa atuação e do nosso negócio. Meu objetivo é que o Serpro sirva ao estado brasileiro, sob as orientações do governo do Brasil, garantindo soberania digital na prática e tecnologia que gere justiça social ao nosso país”, afirma Mota.

Representantes das grandes multinacionais de nuvem, que nos últimos anos tem fechado acordos em série com o Serpro para uma chamada “nuvem soberana”, certamente lerão todas as entrelinhas dessa declaração. 

Vale destacar que Mota sempre atuou dentro do Serpro, no qual a orientação atual de cooperação com grandes players é relativamente nova e uma mudança de paradigmas para o PT.

Por outro lado, o ICI, de onde veio o presidente anterior, é administrado como uma empresa privada e gerida por um conselho de administração no qual têm assento entidades empresariais como Assespro-PR, da área acadêmica; e do maior cliente, a prefeitura de Curitiba.

Segundo o Capital Digital, um blog bem informado sobre os bastidores políticos em Brasília,  a queda de Amorim abre espaço para uma “recomposição política” no governo.

Isso porque Mota seria uma indicação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP). Já Amorim teria sido bancado pelo ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD).

Internamente, Amorim teria se desgastado por propor um corte de 2 mil funcionários acima de 60 anos, um plano que Motta deve deixar para lá, de acordo com o Capital Digital.