
A PF está investigando se o policial dono da senha tem participação no caso. Foto: Divulgação/PF
Um técnico de informática foi preso por desviar cerca de R$ 11 milhões do programa Desarma, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, entre 2018 e 2022.
Tiago Mantagnini atuava como funcionário terceirizado da Delegacia de Polícia Federal em São José do Rio Preto entre 2009 e 2013, e utilizou de sua profissão e passagem no local para fraudar o programa.
Segundo o Estadão, o profissional de TI utilizava a senha de um policial federal e forjava devoluções de armas no programa de desarmamento do Ministério, ficando com as indenizações delas.
O Desarma, criado em 2011, paga indenizações entre R$ 150 e R$ 450 para as pessoas que entregam armas de fogo, munição e acessórios voluntariamente às delegacias.
No total, Mantagnini aplicou a fraude mais de 27 mil vezes — quantidade correspondente a mais de 75% de todos os registros de devolução de armas no estado de São Paulo.
Dessa forma, cerca de três quartos das armas recebidas no estado pelo programa no período não existem.
Conforme a publicação, as investigações sobre o caso começaram em janeiro de 2023, quando a senha utilizada pelo profissional para burlar o sistema foi bloqueada.
O técnico, então, ligou do próprio celular para pedir o desbloqueio, se passando pelo policial dono do login.
Mantagnini deve responder pelo crime de estelionato majorado, com pena prevista de um a cinco anos, aumentada em um terço por ter sido praticado contra a União.
A PF está investigando se o policial dono da senha tem participação no caso e ainda suspeita que o profissional de TI tenha começado a aplicar fraudes em 2013, quando deixou a delegacia.