CONEXÃO

Unifique quer R$ 1 bi na bolsa

Provedor de acesso catarinense quer se capitalizar em um mercado competitivo.

26 de maio de 2021 - 10:03
Fabiano Busnardo, CEO da Unifique. Foto: Divulgação.

Fabiano Busnardo, CEO da Unifique. Foto: Divulgação.

A Unifique, segundo maior provedor regional de fibra óptica do Brasil, quer captar R$ 1 bilhão com uma abertura de capital, visando financiar planos de expansão.

Segundo revela o Brazil Journal, a expectativa é que a oferta saia até julho, no que seria o primeiro IPO de um provedor regional.

A Unifique opera em 143 cidades e atende 350 mil clientes do Sul do país. Nos últimos três anos, o faturamento da empresa aumentou a uma taxa média de 65% ao ano, chegando a pouco mais de R$ 300 milhões nos 12 meses finalizados em março.

Outras ofertas que estariam por vir são as da BrisaNet, o maior do setor e focado no Nordeste, e a EB Fibra, um novo player com dinheiro de fundos que vem fazendo aquisições em série.

Fundada há 24 anos por Fabiano Busnardo, um ex-faccionista da Hering, a Unifique começou vendendo ‘acesso discado’ para alguns poucos clientes em Timbó, hoje uma cidade catarinense de 44 mil habitantes e terra natal do fundador.

Busnardo tem como sócio Clever Mannes, na época dono de uma das maiores lojas de computadores de Timbó, que aplicou R$ 80 mil e hoje é dono de 37% da empresa.

Em Santa Catarina, a Unifique já é o segundo maior player em números de conexões, atrás apenas da Claro/Net. Considerando apenas fibra óptica, é líder disparada com 24,5% de share.

Nos últimos dois anos, a empresa fez 16 aquisições, triplicando de tamanho. A última delas foi a da Naja Telecom, o maior player da Serra Gaúcha com 31 mil clientes em 16 cidades, marcando sua entrada no Rio Grande do Sul.

O Brasil tem mais de cinco mil provedores regionais, espalhados por partes do país que não são atendidas por grandes operadoras.

Mas o setor está mudando rápido. As grandes operadoras estão chegando cada vez mais com fibra óptica em cidades na faixa dos 100 mil habitantes, o tradicional campo de atuação dos provedores regionais.

A reação está sendo consolidação, visando criar players mais parrudos. A EB Capital, gestora de private equity de Eduardo Sirotsky Melzer, levantou no ano passado R$ 2 bilhões para a EB Fibra, seu projeto de banda larga. 

Outra empresa que está investindo forte é a Vero, atualmente está presente em 127 cidades, atendendo 400 mil clientes, espalhadas por Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O plano de investimentos é de R$ 1 bilhão até 2023.

Quem está bancando as compras é o fundo Vinci Partners, que criou a empresa em 2019 e desde então já fez 15 aquisições de provedores regionais.