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Cassio Bobsin, CEO da Zenvia.
A Zenvia está dando passos para abrir capital na Nasdaq, bolsa de valores americana especializada no setor de tecnologia.
A companhia de plataforma de comunicação e serviços móveis, sediada em Porto Alegre, entregou documentos preliminares para a abertura à SEC, órgão americano equivalente à americana CVM.
A meta é arrecadar US$ 100 milhões, uma quantia modesta no mundo dos IPOs americanos.
A Zenvia também criou uma nova empresa, chamada Zenvia Inc, sediada nas Ilhas Cayman, que vai incorporar 100% da Zenvia Brasil.
No texto apresentado à SEC, a Zenvia estima que o mercado potencial na América Latina para a sua área de atuação é de US$ 4,1 bilhões em 2024, o que representa um crescimento médio anual de 15,4% a partir de 2020.
A empresa informa ainda que registrou um faturamento consolidado de R$ 492,5 milhões em 2020, o que inclui as receitas de suas recentes incorporações: R$ 26,5 milhões da D1; R$ 27,8 milhões da Smarkio; e R$ 8,4 milhões da Sirena. O resultado consolidado no ano passado foi de um prejuízo de R$ 71,6 milhões.
Ao fim do ano passado, a Zenvia contabilizava 9,4 mil clientes. Houve um aumento líquido de 1,7 mil clientes em 12 meses.
De acordo com a empresa, estão entre os seus clientes no Brasil: cinco dos dez maiores bancos; seis das dez maiores companhias de saúde; quatro das cinco maiores operadoras de telecomunicações; cinco das dez maiores seguradoras; e cinco dos dez maiores grupos educacionais.
No texto, que serve para orientar potenciais investidores, a Zenvia promete seguir fazendo compras em toda a América Latina visando agregar novas soluções, ferramentas e canais de mensageria à sua plataforma. Ela dá como exemplos o desenvolvimento de funcionalidades de comércio e de pagamentos.
Entre os riscos para quem investir na companhia, a Zenvia destaca a concentração de cerca de um terço da sua receita em seus dez maiores clientes e a grande concentração de sua receita no negócio de SMS, no qual a empresa surgiu no começo dos anos 2000 e acabou assumindo a liderança no país.
A Zenvia também cita alguns fatores genéricos que afetam qualquer empresa brasileira como a intervenção do governo brasileiro na economia, a pressão inflacionária, o desequilíbrio cambial e a instabilidade política do país.
Quem cavou os papéis no site da SEC foi o site Mobile Time, especializado no mercado de mobilidade. A Zenvia optou por ser discreta sobre um passo histórico para a empresa, não fazendo nenhuma divulgação oficial da decisão.
Mas a empresa fez uma mudança na semana passada que provavelmente está relacionada com a decisão de abrir na Nasdaq.
A Zenvia anunciou um novo logotipo e posicionamento, alinhada ao "lifestyle" da empresa e à história de vida e valores do fundador, Cassio Bobsin, o tipo de coisa que ajuda a convencer investidores.
O slogan é “By Humanz for Humans”, em que os Humanz são todas as pessoas que trabalham na empresa, dentro da uma moda recente de marketing (o trocadilho é Humans com Z de Zenvia).
"É uma atitude, um novo momento. Acreditamos que as comunicações precisam ser experiências, e que nossa relação com o mundo à nossa volta deve ser viabilizada pela tecnologia, mas melhorada com o nosso próprio e genuíno toque humano", afirma Bobsin.