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Amazon criou loja fake em concorrentes

Big River estudava o funcionamento de outros e-commerces para auxiliar tomadas de decisão.

22 de abril de 2024 - 14:51
Foto: Depositphotos

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A Amazon criou uma companhia desvinculada de seu nome para vender produtos em plataformas rivais e obter informações sobre como seus concorrentes trabalham durante anos.

Segundo o prestigiado Wall Street Journal, entre os alvos da intitulada Big River Services International estavam o Walmart e o eBay.

A tática fazia parte de um projeto iniciado em 2015, que buscava entender como os rivais de varejo e setores correlacionados conduziam seus negócios para que a Amazon pudesse basear suas próprias decisões nessas pesquisas.

Seu braço secreto chegou a vender itens como camisetas, sapatos e cadeiras de praia, e a criar marcas próprias, batendo uma receita de US$ 1 milhão com o experimento.

Uma delas, chamada Crimson Knot e baseada na Índia, vendia, por exemplo, porta-retratos na plataforma FlipKart.

De acordo com o Business Insider, os funcionários da Big River se esforçavam para esconder suas conexões com a Amazon, inclusive quando conversavam com executivos da própria gigante de e-commerce. 

Para tanto, eles usavam e-mails que não levavam o endereço da Amazon quando se comunicavam com outras empresas.

Quando compartilhavam os relatórios elaborados a partir das pesquisas com os colaboradores da Amazon, enviavam apenas cópias impressas que não poderiam ser mantidas. 

Nesse esquema, os funcionários da gigante de e-commerce possuíam permissão apenas para tomar notas sobre os documentos.

Em defesa da empresa, um porta-voz da companhia disse ao Business Insider que realizar pesquisas de benchmarking é perfeitamente normal nos negócios.

“A Amazon, como outras varejistas, tem times de benchmarking e de experiência do cliente que conduzem pesquisas sobre nossos parceiros de negócios para melhorar a experiência deles”, pontuou.

Durante o período de pesquisas, a empresa teria se infiltrado em um programa para vendedores de e-commerce da FedEx, através do qual obteve informações sobre precificação e outros termos de serviços, repassadas para seu time de logística.

Conforme o porta-voz, no entanto, a missão foi realizada apenas depois do lançamento do programa, em 2017, e também se baseou em outros dados para discutir os preços da Amazon.