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A Cãna Cachaça, empresa de exportação de produtos brasileiros de luxo no setor de bebidas alcoólicas, desenvolveu uma tag criptografada que garante a procedência da bebida consumida em estabelecimentos.
Utilizada a princípio somente na cachaça premium Cãna, a tag é colocada dentro da rolha da garrafa, ainda na fábrica, com tecnologia NFC criptografada, difícil de ser adulterada.
Tanto o dono do bar quanto os consumidores podem escanear a tag com o aplicativo da empresa, antes mesmo de abrir a garrafa, e conferir as informações de origem do produto disponíveis em um dashboard.
Em entrevista ao site Brazil Journal, Nicolas Walker, dono e fundador da Cãna junto a Guilherme Boavista, afirma que a tag permite rastrear a garrafa do ponto de origem até o estágio final, com pontos de escaneamento ao longo do percurso.
Para viabilizar a funcionalidade, o escaneamento passa por etapas na cadeia logística, com pontos na saída da fábrica, no navio ou meio de transporte, na entrega ao distribuidor local e na chegada a estabelecimentos como bares, restaurantes e mercados, comprovando o percurso da bebida sem qualquer desvio.
Se a garrafa, por exemplo, for reenvasada, haverá um problema no histórico, gerando um alerta no sistema. Isso impediria que a garrafa fosse vendida vazia com a tag para um falsificador.
A tag poderia ajudar a diminuir a falsificação e seus impactos, como no caso do recente surto de intoxicação por metanol que resultou em mortes e sequelas principalmente no estado de São Paulo.
Segundo os fundadores da Cãna, três anos atrás ambos chegaram a apresentar a solução à Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE) e a outras empresas multinacionais do ramo, mas a ideia não avançou porque as instituições consideraram que ela encareceria o produto, entre outros fatores.
Com o assunto em voga novamente, a tag ganhou força e foi recomendada por políticos, que apresentaram a solução ao Ministério da Agricultura e à Ambev.
Atualmente há um controle com algumas dessas informações disponíveis via QR Code nas garrafas de bebida, porém essa tecnologia é facilmente falsificada. Além disso, o desgaste da impressão do código nas garrafas pode impossibilitar a leitura.
Ainda de acordo com os fundadores, o custo da tag não é mais um problema, já que cada uma sairia em torno de R$ 0,89, um valor que não encareceria o produto e traria mais tranquilidade ao mercado e aos consumidores finais.