Ativo foi da Telefónica para a Telefônica. Foto: Depositphotos.
A Vivo comprou a divisão de cibersegurança da Telefónica Tech no Brasil em um negócio que pode chegar a R$ 232 milhões.
É uma operação interessante, porque a Vivo, como se sabe, é uma empresa controlada pela espanhola Telefónica.
O comunicado sobre a venda, infelizmente, não chega a esclarecer porque a Telefónica decidiu mexer a divisão de cibersegurança da Telefónica Tech de um lugar para outro, ou quais são os condicionantes que influenciam no valor total da compra.
Na nota, a Vivo fala vagamente em “simplificar modelo de negócio, garantindo maior agilidade no atendimento e no lançamento de produtos e soluções”.
É possível, porém, fazer uma suposição bem fundamentada do que está por detrás do movimento.
A Telefónica Tech foi criada em uma reestruturação da Telefónica em 2019, para assumir as linhas de serviços digitais, como computação em nuvem, cibersegurança e internet das coisas.
Esse negócio era controlado pela sede em Madri. Até o country manager no Brasil é um espanhol, nomeado para o cargo no final de 2023.
A Telefónica, porém, decidiu dar uma mexida forte na sua operação na América Latina neste ano, ao longo do qual vendeu operações na Colômbia, Uruguai, Equador e Argentina e saiu do Perú.
A ideia é focar em mercados mais promissores, entre os quais está incluído o Brasil.
A Telefónica Tech não chegou a decolar no Brasil, ou pelo menos esse repórter não tem notícias nesse sentido. Os planos globais para abrir capital da empresa separada também não emplacaram.
Então, o que a Telefónica pode estar fazendo agora é gerar caixa para a empresa colocando o ativo mais promissor da Telefónica Tech diretamente na mão da Vivo, uma empresa que já tem uma reputação e uma presença no país.
A empresa também evita um problema de duplicação, porque na nota a Vivo diz que já oferece segurança para empresas no país, incluindo soluções de TI, cloud, big data, IoT, mensageria e locação de equipamentos.
Nos últimos 12 meses, até setembro de 2025, essa linha de negócios gerou expressiva receita de R$ 5,1 bilhões, um crescimento de 34,2%, representando 8,6% de todo o faturamento da Vivo no período.
A empresa, inclusive, já tinha feito uma aquisição há três anos, quando comprou a Vita IT (hoje Vivo Vita), empresa reconhecida pela atuação em integração e gestão de soluções de networking.
