VOZES

Flow agora roda B1 da SAP

Empresa de podcasts fez aposta no profissionalismo depois de passar por crise.

25 de abril de 2023 - 07:11
Bruno Rissi, CFO do Estúdios Flow. Foto: Divulgação

Bruno Rissi, CFO do Estúdios Flow. Foto: Divulgação

O Estúdios Flow, uma das maiores produtoras de podcasts do Brasil, acaba de adotar o software de gestão Business One da SAP, em um projeto da Alfa.

Como o nome indica, o Estúdio Flow é relacionado com o Flow, um dos pioneiros no formato podcast e até hoje um dos mais bem sucedidos do país.

De todas formas, o  Flow, com ao redor de 5 milhões de seguidores, é hoje apenas uma pequena parte de um império de podcasts com 11 programas, gerando 60 horas de conteúdo ao vivo por semana para um público final de 45,8 milhões de seguidores.

Gerir tudo isso é uma atividade do que pode parecer em um primeiro momento, uma vez que cada podcast é um CNPJ, com uma temática e um grupo de anunciantes diferentes.

“Nosso crescimento foi vertiginoso e nossa maior dificuldade passou a ser a gestão, de uma forma dinâmica e eficiente da quantidade de informações geradas pelas nossas operações. À princípio, não sentimos os impactos, porém, conforme fomos ampliando a nossa quantidade de programas, realizar essas atividades manuais era impossível”, relata Bruno Rissi, CFO do Estúdios Flow.

Com o novo ERP, os gestores terão controle de balanço, DRE, fluxo de caixa, centros de custos, projetos, orçamentos, finanças e diversos indicadores de gestão (KPIs), tanto em desktop quanto celulares.

Pelo visto, os problemas do ano passado, quando a empresa quase fechou às portas, levaram a um banho de profissionalismo no Flow, incluindo conteúdo e, agora, também sistema de gestão.

A crise foi desatada por comentários de um dos criadores do Flow, Bruno Aiub, mais conhecido pelo apelido Monark, durante uma edição de fevereiro do ano passado do podcast.

No contexto de uma discussão sobre os limites da liberdade de expressão, Aiub afirmou ser contrário a qualquer regulamentação sobre o assunto, exemplificando sua posição libertária com a defesa da possibilidade da existência de um partido nazista no Brasil, o que hoje é proibido por lei.

Aiub, que vinha já há algum tempo chamando a atenção por posicionamentos polêmicos (na maioria das vezes, não especialmente bem fundados), acabou deixando o Flow, mas isso não impediu uma debandada de patrocinadores, assustados com a imagem de extremismo do podcast.

Numa entrevista à revista GQ no final do ano passado, Igor 3K, o outro fundador do Flow, disse que a debandada de patrocinadores resultante custou R$ 8 milhões e quase fechou a empresa.

Ainda segundo a entrevista, a empresa ficou no prejuízo até outubro de 2022, mas já fechou o segundo semestre daquele ano com um faturamento de R$ 6 milhões.

Com 20 anos de atuação, a Alfa é um dos maiores parceiros de B1 da SAP no Brasil. A consultoria possui mais de 120 clientes e cerca de 160 funcionários.