
Migrações para a nuvem nem sempre são rápidas. Foto: Pexels.
Nem sempre os grandes contratos de computação em nuvem que ocupam as manchetes viram efetivamente dinheiro para os fornecedores.
É o que mostra um caso revelado pelo The Information, sobre um contrato de 10 anos no valor total de US$ 2 bilhões assinado pela gigante de software para companhias aéreas Sabre com o Google em janeiro de 2020.
Segundo fontes ouvidas pelo influente site americano, depois de 18 meses na prática o Google Cloud embolsou US$ 10 milhões, bem abaixo do dos US$ 90 milhões previstos inicialmente pelo Google.
O motivo é a burocracia interna da Sabre, aponta a fonte ouvida pelo The Information.
Apesar do negócio com o Google Cloud ter sido endossado pelo CEO Sean Menke como uma forma de sair dos mainframes (a Sabre tem 61 anos de mercado e basicamente domina o segmento com a Amadeus), na prática a teoria está sendo outra e a empresa resiste a mover processos para a nuvem.
O caso da Sabre não é uma exceção. De acordo com fontes ouvidas pelo The Information, outros grandes contratos fechados recentemente, entre eles um com a Salesforce, também não estão progredindo no ritmo esperado.
Os grandes players de nuvem já estão fechando projetos de grande porte no Brasil e deve enfrentar por aqui também o desafio de fazer as empresas fazerem o que os CEOs querem fazer.
O maior exemplo talvez seja o Itaú, que fechou um contrato de 10 anos com a AWS no final de 2020, com a meta de migrar 50% da infraestrutura do banco para a nuvem até o fim de 2022.
Do lado do Google, o maior contrato divulgado até agora parece ser o com a Globo, que fechou um acordo para migrar todos seus centros de dados para o Google Cloud ainda em abril.