
Para XP, Itaú está em excelente forma. Foto: Depositphotos.
Um relatório recente da XP mostrou entusiasmo com o ritmo de digitalização do Itaú, que estaria a caminho de ter um grau de uso de tecnologia equivalente ao de uma fintech.
A análise, divulgada pelo Brazil Journal, afirma que o banco tem “investido pesado em tecnologia nos últimos anos”, o que coloca o Itaú “perto do ponto onde uma parcela significativa de seus processos estão prontos para serem digitalizados”.
Com a digitalização, o custo da operação do Itaú ficaria mais próximo das fintechs, o que melhoraria a rentabilidade para os acionistas.
De acordo com o XP, o Itaú poderia entregar um ROE de acima de 25%.
O ROE é um dos principais indicadores usados por analistas e investidores para medir a rentabilidade de bancos, dividindo o lucro líquido pelo patrimônio líquido e multiplicando o resultado por 100.
O Itaú fica tradicionalmente acima de 20%, o que é um indicador muito bom para um banco tradicional (no segundo trimestre a cifra foi 23,3%). Mas o Nubank, fintech que se tornou o arqui-rival do Itaú, fica mais próxima de 30%.
A chave do assunto é o uso de tecnologia. O relatório da XP destaca que no final de 2024 cerca de 18% dos funcionários do Itaú eram de tecnologia, em comparação a 30% no Nubank.
“O Itaú tem sido muito vocal sobre sua transformação digital e cultural”, aponta o relatório, cuja expectativa é por uma “redução significativa no custo de servir”, diminuindo “a distância em relação às fintechs e, mais importante, tornando alguns nichos de clientes novamente rentáveis”.
Mesmo a existência de uma custosa rede de agências, a principal diferença dos bancos tradicionais frente às fintechs, é apontada no relatório como um “ativo valioso, dentro de uma estratégia phygital”.
Num banco, uma estratégia phygital significa unir o mundo digital (app, internet banking) com a experiência física (agência, caixas eletrônicos, atendimento presencial), o que, realmente, só é possível se existem agências, ou algo parecido.
Um dos aspectos mais visíveis do investimento do Itaú em tecnologia é um mega contrato com a AWS, fechado ainda em 2020.
O Itaú vem investindo massivamente em IA generativa. Atualmente, o banco possui mais de 400 casos de uso da tecnologia e conta com mais de 450 profissionais dedicados ao seu desenvolvimento.
Em 2024, a instituição financeira lançou sua assistente virtual própria baseada em GenAI, a Inteligência Itaú, que permite operações como transferências via Pix.
No começo do ano, o Itaú tornou-se a primeira empresa latino-americana a fazer parte do Instituto de Inteligência Artificial Centrada no Humano da universidade de Stanford, uma das mais prestigiadas dos Estados Unidos.