SAÚDE

Mercado Livre compra farmácia em São Paulo

Gigante do e-commerce está de olho na venda on-line de remédios sem prescrição.

01 de setembro de 2025 - 14:08
Foto: Divulgação

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O Mercado Livre, marketplace de origem argentina com forte atuação no Brasil, adquiriu a Target, uma farmácia localizada na zona sul de São Paulo, de olho no setor farmacêutico e no mercado de medicamentos sem prescrição médica.

Sem valores divulgados, a compra foi realizada pela K2I Intermediação, empresa de logística ligada à Kangu e que pertence ao Mercado Livre.

Conforme informações do jornal O Globo, a negociação foi feita junto à startup Memed, dona da Target e controlada pela DNA Capital, gestora que tem a família Godoy Bueno, fundadora da Amil e dona da rede de laboratórios Dasa, entre seus principais investidores.

A Memed é especializada em digitalizar receitas médicas e exames, sendo utilizada por mais de 130 mil médicos para prescrições. Com a venda da Target, a healthtech seguirá neste ramo.

Com a negociação já submetida ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), esse movimento faz parte de um plano do Mercado Livre de passar a vender medicamentos on-line sem prescrição, como os indicados para dor de cabeça e antigripais.

Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impõe restrições para a comercialização de medicamentos on-line: eles só podem ser enviados de uma drogaria licenciada, não de centros de distribuição; deve haver um farmacêutico disponível durante todo o período de vendas; e é proibida a venda de medicamentos controlados.

Além disso, a  regulação exige que a venda seja feita nos sites das farmácias.

Ao que tudo indica, a varejista irá utilizar essa farmácia para um projeto-piloto e, posteriormente, passará a adquirir outros empreendimentos semelhantes.

A aquisição ligou o sinal de alerta nas redes já consolidadas do setor de farmácias, como a RD Saúde, dona da Raia e Drogasil, e também da rede Pague Menos.

Assim que as notícias sobre a negociação começaram a ser veiculadas, a RD Saúde perdeu 7% de seu market cap, e a Pague Menos, 4%.

O mercado de medicamentos sem receita registrou um crescimento de vendas de cerca de 12% em 2024 no país. A RD, maior rede do setor, teve receita bruta na casa dos R$ 41,8 bilhões no ano passado, um crescimento de 15% em relação ao ano anterior.

No setor digital, a RD detém 42% de market share e 76% da receita nesse segmento vem dos aplicativos próprios das bandeiras Drogasil e Raia.

Fundado em 1999, o Mercado Livre conta com 10 milhões de vendedores e 34 milhões de compradores ativos, sendo o segundo maior marketplace atuante no Brasil. No ano passado, a companhia atingiu receita de US$ 12,2 bilhões, alta de 48,3%.