
CPqD estudará padrão de rádio para Forças Armadas. Foto: divulgação.
O CPqD assinou na última sexta-feira, dois contratos para investir em padrões de interoperabilidade física nas comunicações táticas das Forças Armadas, por meio do desenvolvimento de protótipos de rádio baseados no conceito RDS - uma área sensível no contexto da defesa cibernética.
Os contratos foram firmados Projeto Rádio Definido por Software de Defesa (RDS-Defesa), coordenado pelo Centro Tecnológico do Exército - organização militar sediada no Rio de Janeiro e integrante do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) do Exército do Brasil.
De acordo com o CPqD, através do RDS é possível operar com diversos padrões de comunicação, com eficiência e segurança em diferentes faixas de frequência, utilizando um mesmo equipamento de rádio genérico.
Para isso, os componentes do sistema de radiocomunicação, usualmente em forma de hardware, passam a ser implementados por software em computadores comuns (PCs) ou em sistemas embarcados.
“Isso torna o sistema de rádio programável, extremamente seguro e de fácil operação”, explica Paulo Cabestré, diretor de Redes Convergentes do CPqD.
Um dos contratos, realizado com o Centro Tecnológico do Exército (CTEx), destina-se à pesquisa e ao desenvolvimento de novas funcionalidades a serem incorporadas à primeira fase do projeto RDS-Defesa, que se concentra na faixa de frequência VHF (30 a 300 MHz).
Entre eles, destacam-se um software planejador de missões, para gerenciamento e configuração do rádio, e diversos componentes de aplicação aderentes ao padrão Software Communications Architecture (SCA).
O outro contrato foi assinado com a Fundação de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (Fapeb) do Exército Brasileiro, com o objetivo de pesquisar e desenvolver um módulo de forma de onda para uso na faixa de frequência HF (3 a 30 MHz), também no padrão SCA. Com duração prevista de dois anos, o contrato conta com recursos da Finep.
Segundo o General Sinclair Mayer, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, os contratos do RDS-Defesa representarão um salto de qualidade para as Forças Armadas.
"Isso reduzirá a dependência tecnológica em setor estratégico e contribuirá para aumentar a interoperabilidade nas comunicações táticas. assim como dinamizar a Base Industrial de Defesa no setor das telecomunicações”, afirma o oficial.