Adrianus Warmenhoven, especialista em cibersegurança da NordVPN (Foto: Divulgação)
O preço dos dados de cartões de crédito e débito brasileiros roubados e compartilhados na dark web subiu significativamente em 2025, chegando ao preço médio de US$ 10,70, cerca de R$ 57,50, alta de 26% em comparação aos US$ 8,47 observados dois anos atrás.
Segundo aponta um novo estudo da NordVPN, provedora de serviços de Rede Privada Virtual (VPN, na sigla em inglês), embora o preço médio global por cartão roubado permaneça em torno de US$ 8, cerca de R$ 43, mercados nacionais exibem variações expressivas.
A pesquisa analisou metadados de 50.705 registros de cartões listados em marketplaces do dark web, coletados em maio de 2025.
Apesar da alta de valores no Brasil, os cartões no país continuam relativamente “baratos” quando comparados a alguns mercados.
Os cartões mais caros são os do Japão, com valor médio de US$ 22,80 (R$ 122,60), seguidos pelos de países como Cazaquistão, Guam e Moçambique, que giram em torno de US$ 16 (R$ 86).
Já nas pontas mais baratas, cartões de lugares como Congo, Barbados e Geórgia podem ser vendidos por apenas US$ 1 (R$ 5,38).
Entre 2023 e 2025, a variação de preço dos cartões roubados foi drástica em alguns mercados, como na Nova Zelândia, onde houve alta de 444%, na Argentina, de 368%, e Polônia, de 221%, enquanto a França apresentou alta mais modesta, de 18%.
Os países com maior número de cartões roubados listados foram Estados Unidos, Singapura, Espanha, Reino Unido e Kuwait.
Em termos de distribuição, mais de 60% dos cartões analisados pertenciam a usuários norte-americanos, seguidos por Singapura, com cerca de 11%, e Espanha, com aproximadamente 10%.
A pesquisa também mostra que 87% dos cartões observados permanecem válidos por mais de 12 meses, o que amplia o tempo de uso e revenda pelos criminosos.
“Em grandes marketplaces, um cartão roubado frequentemente custa o preço de um ingresso de cinema. Cartões são vendidos em massa, permanecem válidos por longos períodos e podem ser convertidos em dinheiro localmente. Por poucos dólares, criminosos escolhem entre um lazer barato ou uma rota pronta para fraudes, tomada de contas e saque indevido”, destaca Adrianus Warmenhoven, especialista em cibersegurança da NordVPN.
A NordVPN recomenda que os consumidores brasileiros adotem práticas simples e efetivas para proteger seus dados e reduzir riscos, como monitorar regularmente os extratos e ativar alertas em tempo real para identificar movimentações suspeitas, utilizar senhas fortes para cada conta de compras ou pagamentos e evitar armazenar cartões em navegadores.
Fundada em 2012 na Lituânia por Tom Okman e Eimantas Sabaliauskas (atuais co-CEOs), a atuação da NordVPN abrange 165 localidades em 118 países.
A companhia se posiciona como provedora de serviços de VPN, com recursos como IP dedicado, VPN dupla e servidores Onion Over VPN, que ajudam a aumentar sua privacidade on-line sem rastreamento.
