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E&Y: RS e PR no Top 5 de investimentos estrangeiros


10 de agosto de 2012 - 12:01

Porto Alegre, Curitiba, Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro são as cidades “top five” de investimentos estrangeiros diretos realizados no Brasil em 2011, segundo avaliação da Ernst & Young.

No ano passado, estes locais ficaram com 26% dos investimentos, com São Paulo à frente (56,8% da fatia das cinco), seguida pelo Rio (24,6%) e as demais.

De todos os setores que receberam investimentos no país, a TIC e a indústria lideraram, com 105 e 94 projetos, respectivamente.

Na sequência, vêm serviços empresariais, varejo e bens de consumo.

DESTAQUE PARANAENSE
O estudo Brazilian Attractiveness Survey detectou que, além das duas capitais serem  as mais atrativas aos estrangeiros, as cidades secundárias que mais chamam a atenção são Curitiba (24,5%) e Belo Horizonte (20,2%).

“Curitiba tem se destacado como um pólo de TI, bom sistema de transporte e fácil conectividade com as demais regiões do Brasil”, afirma o estudo.

MINEIRINHA
Já Belo Horizonte possui uma indústria de exploração mineral em desenvolvimento e atividades emergentes de biotecnologia e TI, destaca a análise.

O MAIS
Para 78% dos entrevistados pela Ernst & Young em todo o mundo, o Brasil é o mais atrativo destino para investimento estrangeiro direto (IED), e 83% acreditam que essa atratividade irá aumentar nos próximos três anos

Já 38% dos investidores ouvidos apostam o mesmo em relação à Europa.

A pesquisa combina uma análise de investimentos estrangeiros diretos realizados no Brasil desde 2007 com um estudo conduzido com 250 executivos globais, tomadores de decisão, sobre suas visões a respeito do Brasil como um potencial local para negócios no futuro.

Apesar de uma previsão de instabilidade para a economia mundial, o Brasil registrou um número recorde de projetos de IED em 2011, se estabelecendo como o segundo destino global mais popular em termos de valor de investimento e o quinto em número de projetos.

O valor e o número de projetos triplicaram desde 2007, passando de US$ 19 bilhões para US$ 63 bilhões, e de 165 projetos em 2007 para 507 no ano passado.

“O Brasil deixou de ser o país com poucas perspectivas econômicas na década de 1970 para se transformar em uma força na economia global”, afirma Jim Turley, chairman e CEO da Ernst & Young global.

EUA LIDERA INVESTIMENTOS. TIC NO FOCO
Em 2011, os EUA continuaram sendo o maior investidor no Brasil, com 149 projetos, alta de 43% em relação a 2010, alcançando valor de US$ 12,4 bilhões e criando 35,195 mil empregos.

Setorialmente, a TI, a comunicação, indústria, serviços empresariais e serviços financeiros compõem a lista dos mais interessantes para os investidores norte-americanos.

SEQUÊNCIA
O Reino Unido pulou da quinta posição em 2010 para o segundo lugar no ano passado em número de projetos: foram 45 no total, que atraíram US$ 12,2 bilhões.

Os setores que mais receberam aportes britânicos foram serviços empresariais, indústria, mineração e metais e TIC.

Em terceiro lugar vem a Espanha, seguida pela Alemanha.

Apesar de o valor dos investimentos alemães continuar baixo (US$ 3 bilhões), esse número deve aumentar, dado o envolvimento de corporações do país europeu com obras de infraestrutura para a Copa do Mundo e os Jogos Rio 2016, prevê o estudo.

Tanto Alemanha quanto Japão, que está em quinto no ranking e aumentou seus projetos de IED em 57% em 2011, também começam a investir fortemente no setor de energia brasileiro.

A China emergiu como o quinto maior investidor no Brasil em termos de valor – seus investimentos no país aumentaram seis vezes desde 2010, e o número de projetos, 70%.

Os chineses também ocupam o quinto lugar no ranking de empregos criados – 9.049, porém posicionam-se como o oitavo maior investidor em número de projetos.

“O Brasil é um destino atrativo para investimentos de empresas chinesas graças a seus vastos recursos naturais em petróleo, gás e minerais”, explica Jorge Menegassi, CEO da Ernst & Young Terco para América do Sul e Brasil.

MELHORIAS
Para os entrevistados pela Ernst & Young, o Brasil – assim como Rússia, China e México – pode aumentar sua atratividade com desenvolvimento da educação e de habilidades para a força de trabalho.
Do lado regulatório, a preocupação se refere às “rígidas legislações trabalhistas brasileiras”.

Outras melhorias que poderiam aumentar a atratividade do país incluem o investimento em infraestrutura e projetos urbanos, citado por 29% dos entrevistados, redução da corrupção (24%), segurança urbana (23%) e sistema fiscal mais transparente (17%).

As altas taxas corporativas brasileiras também foram citadas como pouco atraentes por 34% dos entrevistados, quando comparadas com outros países latino-americanos, como Chile (18,5%) e México (30%).

2012 COMEÇOU MAL
Apesar de o ano passado ter sido aquecido pelos investimentos estrangeiros no país, os números no primeiro trimestre de 2012 caíram: foram US$ 5 bilhões, contra US$ 23 bilhões investidos no mesmo período de 2011.

Já o número de projetos caiu 19%.

“Mas a tendência de longo prazo de investimento histórico é ascendente. O declínio do valor de IED na primeira parte deste ano pode ser uma mudança temporária, mas o país precisa ouvir as preocupações dos investidores e responder a questões sobre a alta carga tributária e os desafios de se começar um novo negócio”, conclui Menegassi.