RITMO

Ano foi devagar para a Stefanini

Gigante de tecnologia cresceu só 5%, atingindo R$ 8,4 bi. Ano que vem deve ser melhor.

12 de dezembro de 2025 - 10:20
Marco Stefanini.

Marco Stefanini.

A Stefanini deve fechar o ano com uma receita de R$ 8,4 bilhões, apenas 5% superior à de 2024.

O resultado é bem abaixo dos 15% projetados inicialmente e também um ponto fora da curva no crescimento da Stefanini nos últimos anos.

Em 2024, a Stefanini tinha crescido 14%, o que também estava abaixo do desempenho dos anos anteriores, que vinha em queda.  Ainda em 2023, a Stefanini cresceu 20%. Em 2022, 24% e em 2021, 25%.

Em encontro com jornalistas em São Paulo nesta quinta-feira, 11, Marco Stefanini disse que a desaceleração foi resultado de um ano dedicado a “arrumar a casa”. 

“Vamos colher o ganho da maior parte dessas eficiências no próximo ano, que vai ter um crescimento bem maior do que o de 2025”, afirmou Stefanini. “Tivemos de gastar energia interna para melhorar a estrutura e nos preparar para novos ciclos”, agregou.

Stefanini projeta um crescimento entre 15% e 18% em 2026, alcançando um faturamento de R$ 9,7 bilhões, o que torna a empresa de longe a maior do país na área de tecnologia.

As mudanças da Stefanini ao longo de 2025 foram várias e incluíram a divisão da empresa em sete divisões diferentes, organizando dezenas de compras feitas ao longo dos anos.

Dois filhos do fundador foram alçados a posições estratégicas no grupo. Rodrigo Stefanini, de 30 anos, passou a comandar toda a América Latina, que agora também engloba o Brasil. 

E Guilherme Stefanini, de 34 anos, acumula as funções de CMO global, que foi criada, e a linha de negócios de Marketing & E-commerce.

Os dois filhos vinham galgando posições nos últimos anos, mas a Stefanini nunca falou abertamente sobre uma sucessão no negócio (as notas da empresa inclusive nem mencionavam que Rodrigo e Guilherme são filhos de Marco).

Com os dois filhos no topo de 10 executivos que respondem diretamente para o fundador da empresa, Marco Stefanini parece ter decidido que era hora de falar mais abertamente do tema. 

“Todo mundo tem o seu ciclo de vida. Então, (essa reorganização executiva) faz parte desse processo de sucessão, mas é um processo gradativo. Temos vários executivos dentro da empresa assumindo novos postos, oportunidades”, afirmou o fundador, ressaltando que “não está nos planos” se aposentar nos próximos anos.