
A Positivo aposta no acordo com a Vaio para disputar o mercado de equipamentos mais caros. Foto: Divulgação.
A Positivo Informática anunciou que vai produzir computadores pessoais Vaio no Brasil. O movimento é um relançamento da marca no país, que até o ano passado pertencia a japonesa Sony.
A fabricante brasileira começará a vender os equipamentos a partir de outubro e será responsável também pelo atendimento aos consumidores.
Este é o primeiro acordo internacional de operação conjunta anunciada pela Vaio Corporation, que continua responsável por todo o processo de desenvolvimento de seus equipamentos vendidos no mercado nacional.
A marca, criada pela Sony em 1996, foi vendida a um grupo de investidores japonês no ano passado como parte do movimento de reestruturação da fabricante. Até agora, o foco de atuação do grupo vinha sendo o mercado japonês.
"É motivo de imenso orgulho nos tornarmos a primeira parceira internacional da Vaio nesse modelo de negócios. A assinatura do acordo foi realizada por atendermos todos os requisitos para produção e gestão local dos serviços de pós-venda, após uma imersão meticulosa de executivos da companhia em nossas unidades", destacou Hélio Bruck Rotenberg, presidente da Positivo.
O acordo é um movimento ousado da Positivo, que entra em um novo nicho durante um período de queda nas vendas de PCs no Brasil. Em 2014, a comercialização desses equipamentos caiu 26% no país, segundo a IDC.
A queda tem afetado os resultados da Positivo, que no segundo trimestre de 2015 contabilizou um prejuízo líquido de R$ 39,6 milhões, ante um lucro líquido de R$ 3,3 milhões no mesmo período no ano passado.
Segundo a empresa, o resultado do trimestre foi impactado pela variação cambial registrada nos três meses, voltando para o vermelho após uma recuperação nos primeiros três meses do ano, quando lucrou R$ 11,5 milhões.
Para tentar aumentar as receitas, a Positivo aposta no acordo com a Vaio para disputar o mercado de equipamentos mais caros, que nunca foi o foco da empresa, que tradicionalmente mira a classe C.
“A complementariedade do portfólio é total. A Positivo vai até R$ 2 mil e a Vaio fica acima disso", disse Rotenberg ao Valor.
Segundo ele, os equipamentos mais caros têm cerca de 30% do mercado local de notebooks, e as vendas vão bem, apesar da retração do mercado total de PCs.
"A crise está mais na classe média, que antes tinha um pouco de sobra no mês e agora não tem mais. As classes mais abastadas ainda não sentiram o efeito", completa.