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Status dos profissionais de TI parece ter sido atualizado na Renner. Foto: divulgação.
Funcionários da Lojas Renner fizeram um vídeo interno para motivar os colegas da área de tecnologia após o ataque cibernético sofrido pela da rede varejista na última quinta-feira, 19.
Direcionado aos “Guerreiros de TI e Aliança Omni”, o vídeo mostra diversas fotos de equipes segurando cartazes com mensagens como “estamos com vocês” e “força TI”, tudo embalado por uma música de fundo.
No dia do incidente, a companhia confirmou ter sofrido um "ataque cibernético" que gerou “indisponibilidade em parte de seus sistemas e operação”.
Em nota, a empresa acrescentou que os principais "bancos de dados permanecem preservados" e que a operação das lojas físicas seguia normal, o que é uma meia verdade, porque muitos clientes relataram em redes sociais que os caixas só estavam aceitando pagamento em dinheiro.
A empresa não chegou a confirmar qual foi o tipo de ransomware responsável pelo ataque. Na internet, circula o pedido de resgate do grupo RansomExx.
A recuperação foi relativamente rápida: parte dos sistemas estava de volta no ar em dois dias. No último sábado, 21, já estavam funcionando outra vez o login de clientes e o comércio eletrônico. O Cartão Renner, operado pela Realize Soluções Financeiras, voltou ao ar no domingo, 22.
Até agora, a empresa abriu poucas informações sobre o ataque, divulgando apenas duas notas oficiais para a Comissão de Valores Imobiliários, o que é obrigatório nesse tipo de situação para empresas de capital aberto, e ainda terá que se explicar para o Procon-SP.
A velocidade da recuperação alimentou boatos de que a Lojas Renner teria pago um resgate de US$ 20 milhões, negociando a partir de uma pedida inicial de R$ 1 bilhão dos hackers por trás do ataque de ransomware.
No último grande ataque do gênero, o Laboratório Fleury demorou três dias para recuperar os seus sistemas. Em um comunicado enviado para a Exame, a Lojas Renner negou que tenha pago resgate, ainda na sexta, 20.
Fundada em 1965, a Lojas Renner S.A. tem mais de 500 lojas em todos os estados brasileiros, além de uma unidade no Uruguai. Entram na conta as marcas Renner, Camicado, Youcom, Ashua e os serviços financeiros. Suas ações estão listadas na B3.
A receita da companhia no segundo trimestre foi de R$ 2,2 bilhões, mostrando recuperação frente ao mesmo período de 2020, quando o fechamento abrupto das lojas fez com que a varejista comercializasse aproximadamente um quarto desse valor.
Os ataques de ransomware têm sido um assunto frequente tanto em empresas quanto em órgãos públicos brasileiros.
Só nos últimos meses, grandes companhias como Accenture, JBS, Grupo Fleury e Grupo Moura foram atacadas, assim como o Ministério da Economia, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, a Eletrobras e a Companhia Paranaense de Energia (Copel).