
Militantes bloquearam entrada no Terra. Foto: Sindppd-RS
O Sindppd-RS seguiu com a estratégia de fazer piquetes em frente às principais empresas de TI do Rio Grande do Sul nesta sexta-feira, 07, o segundo dia da greve por tempo indeterminado convocada pelo sindicato nas empresas privadas de TI do estado.
A principal concentração foi no Terra, onde sindicalistas bloquearam à entrada das 8h30 às 11h. Segundo nota do Sindppd-RS, 100 colaboradores ficaram do lado de fora.
Também em Porto Alegre, foi bloqueada a entrada do DBC Company, empresa presidida pelo empresário Edgar Serrano, que também lidera o Seprorgs. A empresa chamou a Brigada Militar e o acesso aos funcionários foi liberado em meia hora.
Ainda segundo o Sindppd-RS os colaboradores da Stefanini em São Leopoldo estão em greve e entregaram uma pauta de reivindicações para a direção da empresa. O sindicato não fala em um percentual de empregados parados na empresa.
O número divulgado na quinta, 06, chegava a 90%, o que foi negado pela Stefanini, que informou por meio de nota que as atividades seguem seu ritmo normal.
A demanda do sindicato é de reajuste de 11% (5% de aumento real mais 5,99% do INPC do período), além da redução da jornada para 40h.
“Os trabalhadores de TI no RS estão há 11 anos sem fechar acordos coletivos com aumento real. Em contrapartida, o setor de TI é um dos que mais tem crescido e lucrado no Brasil”, afirma nota do Sindppd-RS.
O Seprorgs oferece reajuste com base no INPC de 6,66% para 2011/2012 – a ser decidido na Justiça na segunda, 10 - e de 5,99% para 2012/2013. O sindicato patronal alega que os salários já estão pressionados para cima pela falta de profissionais no mercado.
“As mobilizações de hoje foram protagonizadas por pessoas que não são do setor de TI. Trata-se de militantes do partido que controla o sindicato fazendo campanha eleitoral para 2014”, afirma Edgar Serrano, presidente do Seprorgs.
O Sindppd-RS é comandado pela ex-candidata a prefeito da capital pelo PSTU Vera Guasso e filiado à Conlutas, uma central sindical que se opõe à CUT, considerada pró-governo pelos militantes.
Para Serrano, a prova o fato da mobilização ser política o fato da greve ter acontecido após a primeira reunião de negociação. De acordo com o empresário, a orientação do sindicato para as empresas e empregados que se sentiram intimidados pelos piquetes é registrar ocorrência na polícia.
"O senhor Serrano como sempre cheio de desculpas esfarrapadas e velhas, parecidas com aquelas dos homens de farda de décadas passadas", rebate Vera Guasso, do Sindppd-RS.
De acordo com a sindicalista, a jornada de 44h é "absurda" e o piso salarial do setor - R$ 2,1 mil para analista de sistemas - é "vergonhoso". Ainda segundo Vera, em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e na Bahia os acordos tiveram ganho real.