CHEGA DE GATO

AES Sul reduz perdas por fraudes com IBM

Software ajuda a identificar possíveis fraudadores e permite ações que têm gerado ganhos de aproximadamente R$ 20 mil mensais à distribuidora.

07 de janeiro de 2013 - 17:01
Gatos de luz dão prejuízo. AES Sul aposta na TI para contê-los. Foto: Flickr.com/robvini

Gatos de luz dão prejuízo. AES Sul aposta na TI para contê-los. Foto: Flickr.com/robvini

A AES Sul, concessionária de energia elétrica que atende a mais de 1,2 milhões de clientes em 118 cidades do centro-oeste do Rio Grande do Sul, implantou o software de data mining IBM SPSS Modeler para gerenciar ações relacionadas a perdas causadas por fraudes na rede.

Conforme dados da Aneel, as perdas deste tipo podem gerar R$ 5 bilhões de prejuízo ao ano para as concessionárias do país, representando até 15% da energia comprada pelas distribuidoras.

Com o software, implantado pela paulista DMSS, o técnico de Perdas da AES Sul, Clodoaldo Silveira, afirma que a companhia ampliou de 13% para até 23% o nível de assertividade na identificação de fraudadores.

“Cada ponto percentual conquistado significa centenas de megawatts/hora recuperados e ganhos de aproximadamente R$ 20 mil mensais”, afirma o técnico.

Silveira ressalta, ainda, que com ações da Coordenação de Perdas aliadas à ajuda do Modeler na mineração de dados, até agosto de 2012 – cerca de um ano de uso da solução -, a AES Sul registrou incremento de R$ 1,8 milhões no processo de detecção de fraudes.

O projeto do departamento faz parte do AES Performance Excelence (APEX), programa de eficiência da AES Corp que comanda as empresas do grupo no Brasil.

A equipe de Perdas é segmentada em três grupos - Regularização de Clientes Clandestinos, Cálculos de Irregularidades e Projetos e Suporte. Este último usa o software da IBM para análise, identificação e estudo de oportunidades de melhorias, com base em mineração de dados.

Conforme Silveira, o Modeler permite apontar onde estão os possíveis fraudadores a partir de informações históricas da base da concessionária, contando com dados de inspeções de campo, tipos de fraudes já detectados, falsos positivos, entre outros.

A partir dessa base, a ferramenta também possibilitou criar modelos estatísticos com centenas de características dos clientes que praticam as fraudes, que dão origem a algoritmos.

“Para encontrar as fontes de perdas de energia, pegamos uma base de clientes atuais,  jogamos dentro dela esse conjunto de regras e o Modeler aponta os usuários com probabilidade de desenvolver fraude. Esses são indicados para averiguação em campo”, afirma o técnico.

A AES Sul não divulga o investimento feito na ferramenta, mas Silveira garante que o Modeler já se pagou, e “ainda trouxe retorno equivalente ao dobro do seu preço”.