
Aggregga não quer deixar o RSS afundar após o fim do Reader. Foto: flickr.com/photos/N000@3.
Enquantos alguns choram o fim do Google Reader, anunciado para o dia 1º de junho, outros encontraram na notícia a oportunidade de suprir uma demanda. É o caso da startup mineira Aggregga, que adiantou o lançamento oficial de sua plataforma de leitura de feeds RSS.
A ideia do Aggregga nasceu em maio de 2012, com o propósito de desenvolver uma aplicação diferenciada para os feeds, aliando a leitura de notícias e um layout privilegiando a parte visual.
"Geralmente em outros leitores o formato é no formato de lista, privilegiando mais os textos e uma foto ou outra. Nos inspiramos em outras redes mais focadas em imagens, como o Pinterest, para dar uma cara direrente", revela Sandro Pereira, sócio da Aggregga.
A aplicação web foi ao ar no início de março, em uma versão ainda simplificada, sem divulgação. No entanto, a notícia do fim do Reader caiu como uma bomba - no bom sentido - no colo dos sócios.
"Foi uma coincidência incrível, mas vimos na hora era uma ótima oportunidade para divulgarmos nossa solução", observa Pereira.
Atualmente o Aggregga funciona em fase beta, com recursos de compartilhamento via e-mail e redes sociais (Facebook, Google+ e Twitter) e migração de feeds do Google para o novo site.
Para o executivo, que fundou a startup ao lado de outros dois sócios, o plano para os próximos meses é afinar os recursos da aplicação web e lançar as versões para iOS e Android. Além disso, o site está em fase de prospecção de usuários e investidores.
"Iniciamos conversas com alguns fundos de investimento e aceleradoras, mas ainda estamos trabalhando para dar maior robustez à plataforma, plano que queremos concluir até a metade do ano", explica.
Entre estes aprimoramentos estão as estratégias de capitalização previstas para a aplicação, que não foram divulgadas. De olho no mercado internacional, na segunda quinzena de abril deve entrar no ar a versão em inglês do site.
Atualmente a startup conta com uma equipe de cinco profissionais trabalhando na aplicação, entre desenvolvimento e parte comercial.
HEAVY E LIGHT USERS
E se o Google Reader não tivesse o seu fim anunciado, como o Aggregga se destacaria? Pereira responde que a aplicação foi planejada para atrair os usuários frequentes de leitores de feeds (heavy users) e também os leitores que não conhecem esse tipo de ferramenta.
"Pensamos em uma interface mais intuitiva e leve, diferente da abordagem mais 'seca' de outros readers. E também pensamos nele como um canal para empresas que queiram divulgar notícias e acompanhar as preferências de seus seguidores", explica.
Outro plano é firmar parcerias com portais de notícias, servindo como um agregador e organizador de notícias para os usuários, assim como dar sugestões de novas assinaturas.
Quanto à concorrência com as redes sociais, que de certa forma estão se tornando um espaço de compartilhamento de notícias e informações, a empresa não se preocupa, afirmando que ainda tem muito mercado.
"Embora a base de leitores de feeds não seja das maiores, é uma base fiel, e esta exposição do fim do Reader pode até produzir um efeito contrário, trazendo mais pessoas para conhecer este tipo de aplicação, e consequentemente, ao Aggregga", analisa o sócio.
QUEM PODERÁ NOS DEFENDER?
Quando o Google divulgou oficialmente no dia 14 de março que descontinuaria o Reader, imediatamente iniciaram as especulações e movimentações do mercado para definir quem iria salvar o dia dos futuros órfãos da aplicação.
Quem já se deu bem foi o Feedly, app lançado em 2008, e que nas últimas duas semanas já recebeu mais de três milhões de novas assinantes, segundo destaca o TechCrunch.
O Yahoo! também se movimentou neste departamento, arrematando na semana passada por US$ 30 milhões a startup inglesa Summly, um agregador de feeds para dispositivos móveis.
Criada por um jovem de 17 anos, o app do Summly funciona não apenas como um agregador de notícias, mas também possui uma ferramenta de inteligência artificial que resume os textos a 400 caracteres para os usuários.
Segundo afirma a gigante das buscas, o Reader foi lançado em 2005 "como um esforço para que as pessoas pudessem facilmente descobrir e guardar seus sites favoritos", mas, mesmo retendo um público fiel, o uso está diminuindo.
O Google não divulgou dados sobre a atual base de usuários, mas segundo informações divulgadas em 2010 por executivos da empresa, a plataforma contava então com "dezenas de milhões de usuários".